Leia o texto a seguir. As estruturas socioeconômicas dos te...
As estruturas socioeconômicas dos territórios situados ao sul do Saara diferiam dos da Europa e do Oriente Médio, e do regime feudal em si. Em função das condições históricas e ecológicas, não havia especulação sobre os meios de produção, mesmo nas sociedades e Estados de classe dessa região. Na África negra, antes da aparição do direito islâmico ou do mailo (regime feudal) de inspiração ocidental (introduzindo um sistema de arrendamento em Uganda em 1900), a terra era apenas uma fonte de ganhos. A propriedade de tipo europeu, fosse o direito de usar e de dispor dos bens e mesmo das pessoas (ou seja, escravos), praticamente não existia. Os que se apropriavam ou transmitiam uma parcela de terra ou área de caça, de pesca ou de colheita valia-se apenas de um direito de usufruto que excluía a especulação lucrativa ou o direito de venda. As sociedades agrárias do sul do Saara criaram então o lamana - sistema de ocupação das terras que não previa nem a locação destas, nem o arrendamento ou a meação, ainda que taxas impostas tanto pelo Estado e pelas autoridades como pelos chefes fossem recebidas em cima da produção agrícola e pastoral.
DIAGNE, Pathé. As estruturas políticas, econômicas e sociais africanas durante o período considerado. In: África do século XVI ao XVIII. Editor Bethwell Allan Ogot. 2 ed. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2011 – Coleção História Geral da África; vol. 5. Paris: UNESCO, 1992, p. 31. [Adaptado].
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Vamos analisar a questão e entender por que a alternativa correta é a C - No consumo.
O texto fornecido discorre sobre as estruturas socioeconômicas das sociedades situadas ao sul do Saara antes da chegada das influências islâmicas e ocidentais. Compreender a essência dessas economias é crucial para resolver a questão.
Primeiramente, é destacado que a terra, nestas sociedades africanas, não era vista como um meio de especulação, mas sim como uma fonte de ganhos imediatos. Isso significa que a terra não era comprada ou vendida com o objetivo de lucro futuro, como ocorria em outras partes do mundo. Em vez disso, ela era utilizada para produzir alimentos e outros recursos necessários para a subsistência da comunidade.
O conceito de lamana, um sistema de ocupação das terras que não previa locação, arrendamento ou meação, reforça essa ideia. Todo o sistema era voltado para a produção e consumo direto dos recursos, sem visar a acumulação de riquezas ou especulação. Portanto, a economia era centrada no uso da terra para suprir as necessidades imediatas das pessoas, o que se alinha com o conceito de consumo.
Agora, vamos entender por que as outras alternativas estão incorretas:
A - No coletivismo: Embora houvesse uma ausência de especulação e um foco no uso comum da terra, o texto não menciona explicitamente que a terra e os recursos eram compartilhados coletivamente de forma igualitária, o que caracterizaria o coletivismo.
B - No enriquecimento: O texto destaca a ausência de especulação e a não acumulação de riqueza através da terra, o que contraria a ideia de que o sistema visava o enriquecimento.
D - Na acumulação: Como mencionado anteriormente, a terra não era usada para acumular riquezas, mas sim como fonte de ganhos imediatos para o consumo.
E - Na sustentabilidade: Embora o sistema pudesse ter efeitos sustentáveis, a questão central do texto é o uso da terra para satisfazer necessidades imediatas, não especificamente para garantir um uso sustentável dos recursos a longo prazo.
Portanto, a alternativa correta é a C - No consumo, pois o texto mostra que a economia dessas sociedades focava no uso imediato dos recursos para atender as necessidades presentes.
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