Uma mulher de 24 anos de idade, previamente sem co...
Com base nesse caso hipotético, assinale a alternativa correta quanto ao manejo clínico mais adequado.
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A alternativa correta é: B - Deve‐se suspender imediatamente o ATRA, administrar dexametasona e iniciar restrição hídrica e antibiótico de amplo espectro.
JUSTIFICATIVA
O quadro apresentado pela paciente é característico da síndrome de diferenciação da leucemia promielocítica aguda (LPA), uma complicação grave associada ao uso do ácido all-trans retinoico (ATRA) durante o tratamento. A síndrome de diferenciação é causada pela liberação de citocinas inflamatórias e pela adesão de leucócitos ao endotélio, levando a sintomas como febre, ganho de peso, dispneia, derrames pleurais e pericárdicos e infiltrados pulmonares.
O manejo imediato inclui:
- Suspensão do ATRA: Essa medida é essencial para evitar a progressão da síndrome.
- Administração de dexametasona: Corticoides são o tratamento de escolha, pois atuam na redução da resposta inflamatória e edema tecidual.
- Restrição hídrica: Auxilia no controle do edema periférico e do derrame pleural/pericárdico.
- Antibióticos de amplo espectro: Indispensáveis, pois a febre pode ser secundária a infecção associada à imunossupressão, especialmente devido à neutropenia grave.
ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS INCORRETAS
- A: Dobutamina não é indicada, pois não há sinais de insuficiência cardíaca ou choque cardiogênico. A restrição hídrica e o uso de dexametasona são corretos, mas a continuação do ATRA pode agravar o quadro.
- C: Continuar o ATRA e adicionar idarrubicina é contraindicado na síndrome de diferenciação. A prioridade é controlar os sintomas antes de retomar o tratamento com ATRA.
- D: Embora antibióticos e dexametasona sejam indicados, os diuréticos de alça não são de primeira linha para o manejo do derrame pleural e do edema causado pela síndrome de diferenciação. A suspensão do ATRA é crucial.
- E: Suspender o ATRA está correto, mas a suspensão do diurético de alça não é mencionada no manejo habitual.
EM RESUMO
A síndrome de diferenciação exige um manejo rápido com suspensão do ATRA, administração de dexametasona e controle dos sintomas associados, incluindo restrição hídrica e terapia antimicrobiana para febre.
PONTOS CHAVE
- A síndrome de diferenciação ocorre em 15-25% dos pacientes tratados com ATRA e/ou arsênico trióxido para leucemia promielocítica aguda.
- Manifestações incluem febre, edema, dispneia, derrame pleural e infiltrados pulmonares.
- Tratamento envolve suspensão do ATRA, dexametasona e manejo de suporte.
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