Carolina, 17 anos de idade, é diabética e faz uso irregular ...
Carolina, 17 anos de idade, é diabética e faz uso irregular de insulinoterapia. Além disso, tem uma ingesta hídrica pobre, ingerindo menos de um litro de água por dia. Ao ser atendida em unidade de emergência, a paciente apresenta-se com hálito cetônico, muito desidratada e com respiração de Kusmaull, cujos sintomas se iniciaram há aproximadamente duas horas. Com relação a essa situação hipotética, assinale a alternativa correta.
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O tema central desta questão é o manejo de uma emergência médica em um paciente diabético que apresenta sinais de cetoacidose diabética (CAD). Para resolver esta questão, é necessário ter conhecimentos em fisiologia e patologia do diabetes, em especial sobre os sinais e sintomas da CAD, bem como o tratamento apropriado.
A alternativa correta é a A. A explicação detalhada é a seguinte:
Alternativa A: A paciente está desidratada e apresenta sinais de cetoacidose, como o hálito cetônico e a respiração de Kussmaul. Nesses casos, é essencial realizar uma hidratação vigorosa imediatamente para corrigir a depleção de volume. Se o nível de potássio sérico for 3,7 mEq/L, que está no limiar inferior do normal, é necessário monitorar e corrigir o potássio durante a administração de insulina, pois a insulina pode causar uma diminuição adicional do potássio no sangue (hipocalemia). A insulina intravenosa ajuda a reduzir o nível de glicose e a produção de corpos cetônicos. A monitoração frequente ajuda a evitar a hipoglicemia e a hipocalemia.
Alternativa B: Esta alternativa está incorreta porque os níveis glicêmicos na cetoacidose diabética geralmente são entre 250-600 mg/dL, ao contrário do que é mencionado. A cetoacidose é causada pela falta de insulina, levando à produção de corpos cetônicos devido à lipólise excessiva, mas a descrição dos níveis glicêmicos é mais típica de um estado hiperosmolar hiperglicêmico.
Alternativa C: Está incorreta porque a descrição se refere a cetoacidose diabética e não a um estado hiperosmolar hiperglicêmico, que se caracteriza por níveis glicêmicos muito mais altos (acima de 600 mg/dL) e geralmente ocorre em diabéticos tipo 2 idosos.
Alternativa D: Incorreta. A reposição de bicarbonato de sódio não é rotineiramente indicada em cetoacidose diabética, a menos que o pH seja extremamente baixo (< 6,9). A ênfase deve ser na hidratação e correção de eletrólitos, principalmente potássio.
Alternativa E: Incorreta. A afirmação está em desacordo com os protocolos padrões para tratamento de cetoacidose diabética que indicam a interrupção da insulina IV somente quando a glicose está abaixo de 200 mg/dL e há resolução da acidose metabólica. As condições mencionadas (pH maior que 7,2 e bicarbonato menor que 18 mEq/L) não são adequadas para interromper a infusão de insulina.
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