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Q941949 Ética na Administração Pública

     Visto que a virtude se relaciona com paixões e ações, e é às paixões e ações voluntárias que se dispensa louvor e censura, enquanto as involuntárias merecem perdão e às vezes piedade, é talvez necessário a quem estuda a natureza da virtude distinguir o voluntário do involuntário. Tal distinção terá também utilidade para o legislador no que tange à distribuição de honras e castigos. São, pois, consideradas involuntárias aquelas coisas que ocorrem sob compulsão ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquilo cujo princípio motor se encontra fora de nós e para o qual em nada contribui a pessoa que age e que sente a paixão — por exemplo, se tal pessoa fosse levada a alguma parte pelo vento ou por homens que dela se houvessem apoderado.

      (...)

      No que tange a dar ou receber dinheiro, a mediania é a generosidade; o excesso é a prodigalidade, e a deficiência, a mesquinhez, mas o indivíduo pródigo e o mesquinho são excessivos e carentes de maneiras opostas entre si; o pródigo se excede em dar e é deficiente em obter, enquanto o mesquinho se excede em obter e é deficiente em dar.

Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores. (Org.) José A. M. Pessanha. 4.ª ed. Vol. 2. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (com adaptações).

A partir do fragmento de texto antecedente, julgue o item a seguir.


Segundo Aristóteles, é preciso identificar entre as ações e as paixões as que sejam voluntárias, ou seja, aquelas que dependem da vontade, a fim de se reconhecer seu aspecto ético.

Alternativas

Gabarito comentado

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De acordo com o extrato do texto Ética a Nicômaco é possível identificar que para Aristóteles a virtude está presente quando as atitudes são voluntárias. Segundo a ética aristotélica existe a necessidade de ser identificada a intenção (ou o caráter voluntário) das atividades e atitudes para que de fato seja reconhecido seu aspecto ético.


Gabarito do professor: CERTO.

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Comentários

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Gabarito: correto

 

GAB.: CERTO


[...] é talvez necessário a quem estuda a natureza da virtude distinguir o voluntário do involuntário. Tal distinção terá também utilidade para o legislador no que tange à distribuição de honras e castigos.


O que se quer dizer é que não se deve punir atos INVOLUNTÁRIOS, que são alheios à vontade do indivíduo como, por exemplo, quando uma pessoa é raptada “por homens que dela se houvessem apoderado”.


Podemos lembrar, no Direito Penal, as hipóteses em que o agente é punido por um ato: quando ele age com DOLO ou CULPA. Em ambos os casos há VOLUNTARIEDADE por parte do agente. Do contrário, se não há DOLO ou CULPA, não há punição, logo, não há como mensurar o aspecto ético da conduta.


Daí porque a questão diz que é preciso identificar entre as ações e as paixões as que sejam voluntárias, ou seja, aquelas que dependem da vontade, a fim de se reconhecer seu aspecto ético.



HAIL IRMÃOS!

Alguém poderia me mostra no texto em qual parte Aristóteles explica que as ações voluntárias são aquelas que dependem da vontade, a fim de se reconhecer seu aspecto ético? O que eu vi no texto foi ele explicando o que seriam as ações involuntárias... vc até daria para inferir disso quais seriam as voluntárias, mas o comando da questão não fala em inferir do texto, fala segundo Aristóteles, eu acreditei que ele estava se referindo estritamente ao que estava contido no texto. Alguém mais pensou assim?

Alguém poderia me mostra no texto em qual parte Aristóteles explica que as ações voluntárias são aquelas que dependem da vontade, afim de se reconhecer seu aspecto ético? O que eu vi no texto foi ele explicando o que seriam as ações involuntárias... vc até daria para inferir disso quais seriam as voluntárias, mas o comando da questão não fala em inferir do texto, fala segundo Aristóteles, eu acreditei que ele estava se referindo estritamente ao que estava contido no texto. Alguém mais pensou assim?

Messias Aguiar, ele não fala da " ação voluntária ", mas deixa implicito ". São, pois, consideradas involuntárias aquelas coisas que ocorrem sob compulsão ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquilo cujo princípio motor se encontra fora de nós e para o qual em nada contribui a pessoa que age e que sente a paixão "

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