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Q941952 Filosofia do Direito

     Visto que a virtude se relaciona com paixões e ações, e é às paixões e ações voluntárias que se dispensa louvor e censura, enquanto as involuntárias merecem perdão e às vezes piedade, é talvez necessário a quem estuda a natureza da virtude distinguir o voluntário do involuntário. Tal distinção terá também utilidade para o legislador no que tange à distribuição de honras e castigos. São, pois, consideradas involuntárias aquelas coisas que ocorrem sob compulsão ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquilo cujo princípio motor se encontra fora de nós e para o qual em nada contribui a pessoa que age e que sente a paixão — por exemplo, se tal pessoa fosse levada a alguma parte pelo vento ou por homens que dela se houvessem apoderado.

      (...)

      No que tange a dar ou receber dinheiro, a mediania é a generosidade; o excesso é a prodigalidade, e a deficiência, a mesquinhez, mas o indivíduo pródigo e o mesquinho são excessivos e carentes de maneiras opostas entre si; o pródigo se excede em dar e é deficiente em obter, enquanto o mesquinho se excede em obter e é deficiente em dar.

Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores. (Org.) José A. M. Pessanha. 4.ª ed. Vol. 2. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (com adaptações).

A partir do fragmento de texto antecedente, julgue o item a seguir.


O indivíduo pródigo do modelo aristotélico deve servir de modelo para a ação ética no serviço público, haja vista ser ele, ao contrário do mesquinho, exemplo de generosidade.

Alternativas

Gabarito comentado

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A questão exige conhecimento acerca da filosofia aristotélica construída na obra Ética a Nicômaco, em especial no que diz respeito aos conceitos de vícios e virtudes e como tais conceitos poderiam ser aplicados no serviço público.


Sobre a temática, é correto dizer que o meio termo aristotélico, em se tratando de gastos, está na liberalidade. Tanto o indivíduo pródigo quanto o mesquinho estão acometidos de vícios e não devem servir de parâmetro para alcançar o meio-termo. O pródigo seria aquele que excede ao gastar e é deficiente no receber. O mesquinho, por sua vez, não deve ser confundido com o generoso.


Conforme Aristóteles (1996), “no que se refere a dar e receber dinheiro o meio-termo é a liberalidade; o excesso e a deficiência, respectivamente, prodigalidade e avareza. Nesta espécie de ações as pessoas excedem e são deficientes de maneiras opostas: o pródigo excede no gastar e é deficiente no receber, enquanto o avaro excede no receber e é deficiente no gastar. (De momento, tudo que fazemos é dar um esboço ou sumário, e com isso nos contentamos; mais adiante essas disposições serão descritas com mais exatidão.


Um outro vício, segundo Aristóteles, seria a mesquinhez. Segundo o autor (1996), “O homem mesquinho, por outro lado, fica aquém da medida em tudo, e depois de gastar as maiores quantias estraga a beleza do resultado por uma bagatela; e em tudo que faz hesita, estuda a maneira de gastar menos, lamenta até o pouco que despende e julga estar fazendo tudo em maior escala do que devia.

Referências:

ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. São Paulo. Nova Cultural: 1996.

Gabarito do professor: assertiva errada.

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Comentários

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Oh arrependimento de ter faltado/cabulado/filado as aulas de filosofia 

Obrigado Deus por ter me proporcionado um ex-chefe o qual ganha 12 mil reais por mês e não tinha dinheiro nem para pagar conta de luz. Só assim pude saber o que é pródigo.

Gabarito: errado.

Pródigo é a pessoa que se revela por um gasto imoderado capaz de comprometer seu patrimônio. É considerada uma doença mental.

A banca deixa claro o entendimento: O indivíduo pródigo do modelo aristotélico..., haja vista ser ele, ao contrário do mesquinho...

Pródigo e mesquinho são antônimos são excessivos de maneiras opostas no que tange a dar receber dinheiro.

Já a generosidade é a mediana ,ou seja, é o equilíbrio entre estes dois extremos(Pródigo e mesquinho).

Logo o prodigo não é a mesma coisa que generosidade.

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