O trecho “Em ambos os casos” (l. 19) se refere a
O futuro segundo os brasileiros
Em 2050, o homem já vai ter chegado a Marte, e
comprar pacotes turísticos para o espaço será corri-
queiro. Em casa e no trabalho, vamos interagir regu-
larmente com máquinas e robôs, que também deve-
5 rão tomar o lugar das pessoas em algumas funções
de atendimento ao público, e, nas ruas, os carros te-
rão um sistema de direção automatizada. Apesar dis-
so, os implantes corporais de dispositivos eletrônicos
não serão comuns, assim como o uso de membros e
10 outros órgãos cibernéticos. Na opinião dos brasilei
ros, este é o futuro que nos aguarda, revela pesquisa
da empresa de consultoria OThink, que ouviu cerca
de mil pessoas em todo o país entre setembro e ou-
tubro do ano passado. [...]
15 De acordo com o levantamento, para quase me
tade das pessoas ouvidas (47%) um homem terá
pisado em Marte até 2050. Ainda nesse ano, 49%
acham que será normal comprar pacotes turísticos
para o espaço. Em ambos os casos, os homens es-
20 tão um pouco mais confiantes do que as mulheres,
tendência que se repete quando levadas em conta a
escolaridade e a classe social.
As respostas demonstram que a maioria da
população tem acompanhado com interesse esses
25 temas – avalia Wagner Pereira, gerente de inteli
gência Estratégica da OThink. – E isso também é
um sinal de que aumentou o acesso a esse tipo de
informação pelos brasileiros. [...]
– Nossa vida está cada vez mais automatizada
30 e isso ajuda o brasileiro a vislumbrar que as coisas
vão manter esse ritmo de inovação nos próximos
anos – comenta Pereira. – Hoje, o Brasil tem
quase 80 milhões de internautas e a revolução que a
internet produziu no nosso modo de viver, como esse
35 acesso maior à informação, contribui muito para esta
visão otimista do futuro.
Já a resistência do brasileiro quando o tema é
modificar o corpo humano é natural, analisa o exe-
cutivo. De acordo com o levantamento, apenas 28%
40 dos ouvidos creem que a evolução da tecnologia vai
levar ao desenvolvimento e uso de partes do corpo
artificiais que funcionarão melhor do que as naturais,
enquanto 40% acham que usaremos implantes ele-
trônicos para fins de identificação, informações sobre
45 histórico médico e realização de pagamentos, por
exemplo.
– Esse preconceito não é exclusividade dos
brasileiros – considera Pereira. – Muitos grupos
não gostam desse tipo de inovação. Romper a barrei-
50 ra entre o artificial e o natural, a tecnologia e o corpo,
ainda é um tabu para muitas pessoas. [...]
BAIMA, Cesar. O futuro segundo os brasileiros. O Globo,
14 fev. 2012. 1o Caderno, Seção Ciência, p. 30. Adaptado.
O trecho “Em ambos os casos” (l. 19) se refere a