Com relação ao texto de Mário Quintana, considere as seguint...
O texto a seguir é referência para as questões 31 a 34.
De como não ler um poema
Há tempos me perguntaram umas menininhas, numa dessas pesquisas, quantos diminutivos eu empregara no meu livro A Rua dos Cataventos. Espantadíssimo, disse-lhes que não sabia. Nem tentaria saber, porque poderiam escapar-me alguns na contagem. Que estas estatísticas, aliás, só poderiam ser feitas eficientemente com o auxílio de robôs. Não sei se as menininhas sabiam ao certo o que era um robô. Mas a professora delas, que mandara fazer as perguntas, devia ser um deles.
E mal sabia eu, então, que estava dando um testemunho sobre o estruturalismo – o qual só depois vim a conhecer pelos seus produtos em jornais e revistas. Mas continuo achando que um poema (um verdadeiro poema, quero dizer), sendo algo dramaticamente emocional, não deveria ser entregue à consideração de robôs, que, como todos sabem, são inumanos.
Um robô, quando muito, poderá fazer uma meticulosa autópsia – caso fosse possível autopsiar uma coisa tão viva como é a poesia.
Em todo caso, os estruturalistas não deixam de ter o seu quê de humano...
Nas suas pacientes, afanosas, exaustivas furungações, são exatamente como certas crianças que acabam estripando um boneco para ver onde está a musiquinha.
(Mário Quintana)
Com relação ao texto de Mário Quintana, considere as seguintes ocorrências:
1. O uso repetido do diminutivo menininha no primeiro parágrafo e o termo musiquinha no último.
2. A seqüência substantivo–verbo (autópsia–autopsiar), para referir-se às atividades dos robôs.
3. Os três adjetivos no último parágrafo e a escolha lexical para definir a atividade dos estruturalistas.
4. A seqüência de conjunções integrantes (que) no segundo parágrafo.
Constituem estratégias para obtenção de efeitos sensoriais: