A análise do emprego dos tempos verbais em “Há algum tempo, ...
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Com base no mesmo assunto
Ano: 2018
Banca:
Método Soluções Educacionais
Órgão:
Prefeitura de Cocalinho - MT
Provas:
Método Soluções Educacionais - 2018 - Prefeitura de Cocalinho - MT - Enfermeiro
|
Método Soluções Educacionais - 2018 - Prefeitura de Cocalinho - MT - Psicólogo |
Q1626856
Português
Texto associado
Texto I
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua
constituição linguística. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer
surpreendente, creio que posso garantir que se trata de uma verdade quase
banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos melhores retratos dos
valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleção de fatos e
dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade
se debate, uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade,
etnia/raça e outras diferenças, instituições (igreja, escola, casamento, política),
morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que circulam anonimamente
e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo.[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos.
[...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões variadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as ouvimos muitas vezes.
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos.
[...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões variadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC,
v.30, n.176, out. 2001)
A análise do emprego dos tempos verbais em “Há algum tempo, venho
estudando as piadas” (1º§) revela que, semanticamente, as duas formas em
destaque indicam, nessa ordem, as noções de: