Em sua centralidade, o texto objetiva
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Com base no mesmo assunto
Ano: 2023
Banca:
COMPERVE - UFRN
Órgão:
UFRN
Provas:
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Assistente Social
|
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Analista de Tecnologia da Informação - Desenvolvimento |
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Analista de Tecnologia da Informação - Segurança da Informação |
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Engenheiro: Área Civil: Hidrossanitário |
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Engenheiro - Área: Mecânica |
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Biomédico - Neurociência |
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Biomédico - Biologia Molecular |
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Engenheiro - Área Civil: Estrutural |
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Engenheiro - Área: Elétrica |
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Enfermeiro - Área: Obstetrícia |
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Técnico em Assuntos Educacionais |
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Pedagogo |
COMPERVE - UFRN - 2023 - UFRN - Fisioterapeuta |
Q3218169
Português
Texto associado
O texto abaixo servirá de base para responder à questão.
Capacitismo: raro em nosso vocabulário, comum em nossa atitude
Rodrigo Hübner Mendes *
Lucas é um menino de dez anos que nasceu cego. Ao crescer, teve a oportunidade de estudar
em uma escola comum e aprendeu a ler, a escrever, a brincar, a andar pelo mundo com
autonomia e a se relacionar com outras pessoas, como qualquer criança de sua idade. Ele
adora tocar piano, nadar e andar de skate. Um dia, Lucas realiza uma cirurgia que lhe
proporciona a chance de passar a enxergar. Na primeira vez em que abre os olhos após essa
operação, sua emoção é filmada e viraliza nas redes sociais.
Histórias de superação são sempre emocionantes e inspiradoras. Porém, no caso das
pessoas com deficiência, parece haver uma única narrativa possível. Filmes, comerciais,
novelas, noticiários e outros são roteirizados, em geral, a partir da história de uma pessoa
com impedimentos físicos, sensoriais ou intelectuais que, a partir do seu esforço individual,
supera as desvantagens impostas por sua condição.
O mito do herói concentra-se em vitórias sobre características as quais estão exclusivamente
na personagem. Como se a própria deficiência fosse algo a ser vencido, ultrapassado. Ignorase a vasta quantidade de barreiras que estão ao redor da pessoa e cuja eliminação promove a
inclusão. Lucas poderia já ser uma criança plena e feliz, bem antes de ter passado pela
cirurgia.
Lembro-me de uma matéria da revista Trip, de setembro de 2020, em que a atriz e cadeirante
Tabata Contri dizia como achava estranho ouvir frases como "Tão novinha, tão bonita e na
cadeira de rodas". Ou mesmo "Por que você trabalha, por que não se aposenta?". O texto
tratava de uma forma de preconceito e discriminação extremamente arraigada em nossa
sociedade: o capacitismo.
Cunhado ainda em 1991, nos Estados Unidos, o termo capacitismo (ableism, em inglês) pode
ser definido como "preconceito contra pessoas com deficiência". Esta é uma atualização que
faço aqui da descrição publicada pelo U.S. News & World Report, de acordo com o Online
Etimology Dictionary. Trata-se de uma estrutura de poder socialmente construída, o
equivalente ao racismo ou machismo nas questões relacionadas a raça e gênero. O corpo
sem deficiência seria considerado o "normal", ou seja, aquele condizente com a norma social,
enquanto o corpo com deficiência seria o desviante, a ser corrigido. Normalmente, essa
abordagem vem acompanhada de colocações que indicam uma visão angelical da pessoa e de
infantilização.
A diversidade humana, seja racial, de gênero, sexualidade ou de características corporais,
psicológicas etc., deve ser celebrada. É por meio dessas diferenças que somos capazes de
construir trajetórias únicas e aprender uns com os outros. A convivência com a pluralidade
contribui fortemente para o desenvolvimento de criatividade, inovação, diálogo e empatia –
competências notoriamente imprescindíveis para que saibamos navegar pela profunda
complexidade inerente à vida contemporânea. Ignorar esse fato representa perder o bonde da
jornada rumo a uma sociedade mais civilizada.
*Mestre em gestão da diversidade humana pela Fundação Getúlio Vargas
Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/rodrigo-mendes/2021/06/11/capacitismo-raro-em-nos so-vocabulario-comum-em-nossa-atitude.htm. Acesso em: 26 set. 2022. [Adaptado]
*Mestre em gestão da diversidade humana pela Fundação Getúlio Vargas
Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/rodrigo-mendes/2021/06/11/capacitismo-raro-em-nos so-vocabulario-comum-em-nossa-atitude.htm. Acesso em: 26 set. 2022. [Adaptado]
Em sua centralidade, o texto objetiva