Atenção: Para responder a questão, baseie-se no texto abaixo.
[Cientistas e artistas]
Por meio de seu processo criativo, o cientista viabiliza sua visão de mundo. Na minha opinião, a obra de um cientista, assim
como a de um artista, é um reflexo de sua personalidade, da escolha do tema de pesquisa ao estilo e às técnicas usadas na solução
de problemas. Claro, o veículo e as linguagens da expressão do cientista e do artista são completamente diferentes. Mas existe um
momento entre o surgir de uma ideia e sua expressão, seja por meio de uma equação ou de uma aquarela, que é essencialmente
idêntico.
Ao recriar o mundo matematicamente, o cientista reinventa a realidade à sua volta, representando-a com símbolos universais.
Mesmo que o processo criativo científico seja tão subjetivo quanto o processo criativo artístico, o produto final do trabalho do cientista
é acessível a qualquer outro cientista que domine o vocabulário técnico da ciência. E, espero, também ao público não especializado,
pelo esforço da comunidade científica em transmitir suas ideias de modo acessível.
Em princípio, não deve existir subjetividade na interpretação de uma obra científica; os modelos criados por cientistas são
universais. É justamente nessa universalidade que reside a força da ciência. As equações que descrevem um fenômeno são idênticas
para todos os cientistas, independentes de diferenças religiosas, raciais ou políticas. A Natureza não se presta a jogar nossos tolos
jogos de poder. A ciência, em sua versão mais pura, é uma das formas mais humanas de conhecimento.
(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. Retalhos cósmicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 24-25)
Depreende-se da leitura do 2o
parágrafo do texto que