Ao sairmos do batel, disse o Capitão que seria bom irmos em ...
Ao sairmos do batel, disse o Capitão que seria bom irmos em direitura à cruz que estava encostada a uma árvore, junto ao rio, a fim de ser colocada amanhã, sexta-feira, e que nos puséssemos todos de joelhos e a beijássemos para eles verem o acatamento que lhe tínhamos. E assim fizemos. E a esses dez ou doze que lá estavam, acenaram-lhes que fizessem o mesmo; e logo foram todos beijá-la.
Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências.
(A carta, de Pero Vaz de Caminha, p. 11-12. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br)
Partindo do trecho da correspondência escrita à época da chegada dos portugueses ao Brasil, considere as proposições abaixo sobre o conceito de etnocentrismo.
I. Constitui uma forma de violência física que invariavelmente resulta no extermínio, na escravização e na subjugação do “outro” para o domínio de seu território e de suas riquezas, conforme motivações alheias a seus valores e regras de conduta.
II. Trata-se de um fenômeno cultural que se manifesta apenas em algumas sociedades humanas e que decorre das particularidades de cada uma delas.
III. Caracteriza-se pela avaliação de sociedades culturalmente distintas em relação à do observador, segundo os critérios, valores e interesses de sua própria formação social e que resulta no menosprezo e subestimação das condutas e costumes diversos daqueles em que foi socializado.
IV. É definido frequentemente pela aceitação ponderada dos elementos culturais estranhos ao observador, o qual busca analisar e compreender suas especificidades.
V. Em suas manifestações mais extremadas, a postura etnocêntrica acaba por produzir práticas que conduzem os membros de determinada cultura a perceberem os estrangeiros como “coisas”, negando-lhes, assim, a sua condição humana.
Está correto o que se afirma APENAS em