A obra “A redenção de Cam” (1895), do pintor espanhol Modest...
(Adaptada de https://www.edusp.com.br/wpcontent/uploads/2018/08/%E2%80%98A-Reden%C3%A7%C3%A3o-deCam%E2%80%99.jpg )
I. A miscigenação era um dos temas de preocupação das elites nacionais na busca de uma nova coesão social para a “nação brasileira”, principalmente após a Proclamação da República, pautada na modernidade, no progresso e na trilha da civilização.
II. As teorias raciais, oriundas da Europa, baseadas em um determinismo biológico, encontraram receptividade em boa parte dos intelectuais e cientistas brasileiros desse período, que percebiam a significativa presença de negros e mestiços como obstáculo para o desenvolvimento do país.
III. Com a chegada do liberalismo como paradigma político no Brasil, na virada do século XIX para o século XX, as teorias raciais apresentaram-se como modelo teórico legitimador das hierarquias sociais, antes reguladas pela lógica escravista.
Assinale
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I. Correta – Com a instauração da República, a influência de ideias cientificistas e positivistas, que caracterizaram o pensamento republicano, permeou o debate público. Em busca de um suposto “progresso", o Brasil adotou a Europa branca como modelo. No entanto, sua população estava longe de assemelhar-se à europeia. O negro era considerado, por grande parte da intelectualidade, uma representação do passado e do atraso. No século XIX, surgiram as chamadas teorias científicas do branqueamento, que propunham a miscigenação da população negra com a branca, incluindo os imigrantes europeus, geração após geração, até que o perfil racial do país mudasse de negro para branco.
II. Correta – No final do século XIX e início do século XX, teorias raciais como a do Darwinismo Social, por exemplo, eram muito influentes na Europa e em outros lugares do mundo. No Brasil, muitos intelectuais e cientistas, influenciados por essas teorias que propunham “hierarquias raciais", acreditavam que a mestiçagem era um problema para o desenvolvimento do país. Eles defendiam a ideia de que a mistura de raças resultava em uma população inferior, incapaz de contribuir para o progresso e a civilização do país.
III. Correta – Com a ascensão do liberalismo como paradigma político, as teorias raciais foram usadas para legitimar as hierarquias sociais. Antes, a lógica escravista regulava essas hierarquias, mas agora elas eram justificadas de forma científica. A hierarquia social era vista como natural e inevitável, alinhada com os princípios liberais de liberdade individual e meritocracia. Em resumo, o liberalismo influenciou o debate sobre raça e hierarquias sociais no Brasil, fornecendo uma base teórica para justificar as desigualdades existentes.
Observem o quadro: As três personagens representam as três gerações necessárias para que o Brasil se tornasse um país branco. O homem branco à direita, ao que tudo indica, o marido da mulher ao centro e pai da criança, olha para sua criação com admiração. Ela é o elo que permite o branqueamento completo dos descendentes da senhora, possivelmente ex-escrava, e, assim, a sua salvação.
Gabarito – Letra D
Referência:
De Mello, Alex Oestreich, et al. O discurso sanitarista como discurso político e ideológico na República Velha. Revista Historiador 3, 2010.
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Comentários
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GAB:D
As afirmações I, II e III são verdadeiras.
- A afirmação I afirma que a miscigenação era um dos temas de preocupação das elites nacionais na busca de uma nova coesão social para a “nação brasileira”, principalmente após a Proclamação da República. Essa afirmação é verdadeira, pois a miscigenação era um fenômeno social presente no Brasil desde a colonização. No entanto, após a Proclamação da República, as elites nacionais passaram a se preocupar com a miscigenação, pois ela representava um desafio à construção de uma identidade nacional unificada.
- A afirmação II afirma que as teorias raciais, oriundas da Europa, baseadas em um determinismo biológico, encontraram receptividade em boa parte dos intelectuais e cientistas brasileiros desse período. Essa afirmação também é verdadeira. As teorias raciais, que afirmavam a existência de diferenças biológicas entre as raças humanas, foram difundidas no Brasil no final do século XIX e início do século XX. Essas teorias encontraram receptividade em boa parte dos intelectuais e cientistas brasileiros, que as usaram para justificar a desigualdade social no Brasil.
- A afirmação III afirma que, com a chegada do liberalismo como paradigma político no Brasil, na virada do século XIX para o século XX, as teorias raciais apresentaram-se como modelo teórico legitimador das hierarquias sociais, antes reguladas pela lógica escravista. Essa afirmação também é verdadeira. O liberalismo, que defende a igualdade entre os homens, foi adotado como paradigma político no Brasil na virada do século XIX para o século XX. No entanto, as teorias raciais foram usadas para justificar a desigualdade social no Brasil, argumentando que as pessoas de diferentes raças não eram iguais e, portanto, não mereciam os mesmos direitos e oportunidades.
Então gabarito letra: D
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