Sobre o paracetamol, podemos dizer que: I – Apresenta alto ...
Sobre o paracetamol, podemos dizer que:
I – Apresenta alto efeito sobre as plaquetas, causando alterações no tempo de sangramento.
II- Em sua toxicidade ocorre elevação plasmática das transaminases (AST e ALT) e moderada bilirrubinemia.
III – A N-acetilcisteína é a droga de escolha para o tratamento de intoxicação.
IV Para crianças menores de 12 anos, deve-se administrar doses isoladas de 40mg a 750mg, a depender do peso e da idade em proporção em torno de 10 a 15mg/kg.
Estão corretas as disposições:
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Vamos analisar a questão sobre o paracetamol, que é um tema importante na área de análises clínicas e farmacologia. O foco está em entender as propriedades, efeitos, toxicidade e utilização clínica do paracetamol.
A alternativa correta é: C - II e III, apenas
Agora, vamos justificar por que essa é a alternativa correta e por que as outras estão incorretas:
II - Em sua toxicidade ocorre elevação plasmática das transaminases (AST e ALT) e moderada bilirrubinemia.
Quando o paracetamol é ingerido em excesso, ele pode causar danos ao fígado. Isso ocorre porque ele é metabolizado no fígado e, em altas doses, produz um metabólito tóxico que pode causar necrose hepática. Um dos sinais de toxicidade hepática é a elevação das enzimas hepáticas, como AST e ALT, o que faz esta afirmação estar correta.
III – A N-acetilcisteína é a droga de escolha para o tratamento de intoxicação.
A N-acetilcisteína é realmente utilizada no tratamento de intoxicação por paracetamol. Ela atua como um antídoto, ajudando a neutralizar o metabólito tóxico do paracetamol e protegendo o fígado dos danos. Portanto, esta afirmação também está correta.
Agora, analisando por que as outras alternativas estão incorretas:
I – Apresenta alto efeito sobre as plaquetas, causando alterações no tempo de sangramento.
O paracetamol não tem um efeito significativo sobre as plaquetas e não costuma alterar o tempo de sangramento. Esta é uma característica mais associada aos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como o ácido acetilsalicílico. Portanto, esta afirmação está incorreta.
IV – Para crianças menores de 12 anos, deve-se administrar doses isoladas de 40mg a 750mg, a depender do peso e da idade em proporção em torno de 10 a 15mg/kg.
A dosagem correta para crianças geralmente varia de acordo com o peso, e a faixa de 10 a 15mg/kg está correta, mas a sugestão de doses isoladas de até 750 mg pode não ser apropriada para todos os casos, especialmente em crianças muito pequenas. Essa afirmação pode ser considerada imprecisa ou potencialmente enganosa, tornando-a incorreta para a segurança clínica.
Essas análises mostram que as disposições II e III são as únicas corretas. Ao interpretar questões como essa, é importante focar nos efeitos farmacológicos conhecidos e nas diretrizes de tratamento estabelecidas para intoxicações e dosagens, sempre considerando a segurança do paciente.
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Interessante ressaltar que a indução enzimática, ocorrida por interações medicamentosas, eleva a toxicidade do paracetamol, devido ao fato de seu metabólito ter toxicidade elevada.
Em doses indicadas, o paracetamol não causa irritação gástrica, não interfere na função plaquetária e não causa nefropatia
Para diagnosticar a intoxicação e/ou exposição por paracetamol podem ser feitos diversos exames complementares, como a dosagem sérica do paracetamol, na qual a obtenção da amostra deve ser efetuada 4 horas após a administração; transaminases, onde níveis séricos de alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST) se elevam após a administração de paracetamol, atingindo níveis maiores que 10.000 UI/L;
A acetilcisteína (também chamada de N-acetil cisteína ou NAC) é um antídoto altamente eficaz e seguro onde reduz a toxicidade do paracetamol ao fornecer grupos sulfidrílicos que neutralizam o metabólito tóxico NAPQI, que assim não pode provocar danos nos hepatócitos. A NAC é bastante eficaz quando administrada até 8 horas após a intoxicação por paracetamol.
A dose terapêutica convencional varia de 325 a 1000 mg em adultos, não ultrapassando 4000 mg ao dia. Já em crianças, pode-se administrar uma dose de 10 mg/kg, não utilizando mais que 5 doses em 24 horas (Goodman et al., 2010).
REVISTA BRASILEIRA DE FARMÁCIA; UMA REVISÃO: Risco de hepatotoxicidade do Paracetamol (Acetaminofem).
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