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Q1008354 História

Leia o trecho a seguir servirá de base para questão que se segue:


A formação da opinião pública começou com a destruição da imprensa livre. Nas semanas e meses que se seguirão a 30 de janeiro de 1933, cerca de 2 mil jornalistas alemães, incluindo escritores judeus, liberais, conservadores, apolíticos, socialdemocratas e comunistas sofreram a perda de seus empregos, prisão, exílio forçado ou, às vezes, uma combinação dessas três formas de perseguição. A grande maioria dos jornalistas permaneceu em seus empregos. O controle da imprensa implicava tanto a expulsão e repressão a suspeitos de dissidência, o que abria vagas para membros do Partido Nazista, como a adaptação oportunista por parte de jornalistas que adotaram a causa das elites conservadoras do novo regime. Ao todo, 200 jornais socialdemocratas e 35 jornais comunistas, de circulação conjunta de aproximadamente 2 milhões de unidades, foram fechados. Em julho de 1933, os jornais da editora Mosse, incluindo um dos carros-chefes do liberalismo alemão, o Berliner Tageblatt, sucumbiu à Gleichshaltung, ou “coordenação”, o termo nazista para a purga, a incorporação e o controle das várias instituições da sociedade política, economia e cultura alemãs. Em 4 de outubro de 1933, a Lei de Controle Editorial formulada pelo diretor de imprensa da Reich, Otto Dietrich, colocou todos os editores de jornais e periódicos sob controle governamental, o que acabou assim com qualquer pretensão de liberdade de imprensa. Os editores precisavam ser “arianos” e não podiam ser casados com alguém não ariano. Dessa forma, a lei bania judeus e todos aqueles casados com judeus da prática jornalista. Todos os editores deviam ser membros da Liga da Imprensa Alemão do Reich, cujo diretor era Dietrich. A lei estabelecia tribunais controlados pela liga que podiam punir ou banir editores suspeitos de terem violado os requerimentos da lei. Em 12 de dezembro de 1933, importantes serviços alemães de imprensa juntaram-se para formar a Agência Alemã de Notícias (Deutsches Nachrichtenbüro ou DNB), que, por sua vez, foi colocada sob supervisão do Escritório de Imprensa de Dietrich no Ministério da Propaganda. A imprensa alemã tornara-se monopólio estatal. (HERF, Jeffrey. Inimigo Judeu: propaganda nazista durante a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto. São Paulo: Edipro, 2014. p.60)


O trecho acima narra o percurso de controle da imprensa pelo Partido Nazista, no processo de implantação da Ditadura hitlerista na Alemanha. Tudo isso nos faz pensar na importância de uma imprensa livre e múltipla para a manutenção das democracias.

Sobre o controle da imprensa alemã e em relação ao mundo nazista, os impactos desse controle da imprensa e a seletividade dos que podiam escrever e publicar, assim como os valores impostos levaram à

Alternativas

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A alternativa correta é a letra C, que afirma que o controle da imprensa pelo regime nazista contribuiu para a mobilização da opinião pública em torno do esforço de guerra e para a constituição de um inimigo comum a ser combatido, neste caso o povo judeu. Isso legitimou políticas de segregação e extermínio impostas pelo Estado.

O trecho referido do texto de Jeffrey Herf descreve como a imprensa na Alemanha foi sistematicamente dominada pelo Partido Nazista, iniciando com a demissão e perseguição de jornalistas não alinhados à ideologia nazista, seguido pelo fechamento de jornais opositores e culminando com leis que retiravam qualquer pretensão de liberdade de imprensa, estabelecendo assim um monopólio estatal sobre a informação.

Este processo tinha como objetivo garantir que apenas a narrativa oficial do regime fosse divulgada, consolidando a propaganda nazista e a ideologia antissemita. A imprensa se tornou uma ferramenta para difundir a ideia de uma "raça superior" e um inimigo a ser combatido, fundamentando a política de exclusão e genocídio que marcou esse período sombrio da história.

A seleção criteriosa dos indivíduos que podiam trabalhar com jornalismo — onde apenas "arianos" poderiam ser editores — e os valores impostos pelo regime, foram cruciais para moldar a percepção pública e assegurar apoio às ações do Estado nazista. Esse controle rígido e manipulativo dos meios de comunicação evidencia a importância de uma imprensa livre e plural para a manutenção das democracias, servindo como um lembrete dos perigos que o autoritarismo representa para a liberdade e a diversidade de opiniões em uma sociedade.

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Comentários

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Letra c

Letra c . Mas fiquei em dúvida em relação a alternativa E.

Isso é altamente anulável. O extermínio só virou conhecimento público no final da guerra

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