O neoliberalismo chegou com atraso ao Brasil e terminou cedo...
O neoliberalismo chegou com atraso ao Brasil e terminou cedo. O Pacto Liberal-Dependente de 1991 foi dominante no Brasil entre, aproximadamente, 1991 a 2005. Nasceu do colapso do Plano Cruzado e do decorrente vácuo de poder que se estabeleceu entre 1987 e 1990. Para a classe capitalista de um país em desenvolvimento como o Brasil, a opção política fundamental está sempre em decidir se deve se aliar aos trabalhadores e às classes médias profissionais que constituem seu mercado interno ou às elites dos países ricos; em outras palavras, se deve ser parte da construção de uma nação ou se deve assumir a dependência. No primeiro caso, ela tem de aceitar maiores salários da burocracia pública e dos trabalhadores, e maiores gastos do Estado com educação, saúde e assistência social. Em compensação, tem um mercado interno maior e mais seguro para realizar lucros e investir; conta com o apoio do Estado na competição internacional; e se beneficia de maior estabilidade política, porque os governos são dotados de maior legitimidade. No segundo caso, as elites capitalistas locais globalistas pagam menos impostos e contam com aprovação maior da parte das elites dos países ricos à qual agrada sua submissão. [...]
(BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. A construção política do Brasil: Sociedade, economia e Estado desde a Independência. 2. ed. São Paulo: Editora 34. p. 296)
A globalização e a chamada “nova ordem mundial” não são movimentos espontâneos, mas a articulação de pactos e de afirmação de modelos. Entre 1991 e 2005, como afirma Bresser-Pereira, o Brasil aderiu ao chamado neoliberalismo com o Pacto Liberal-Dependente. No trecho, é perceptível uma crítica do autor que está expressa corretamente em:
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No período entre 1991 e 2005, o Brasil vivenciou uma fase marcada pela adoção do neoliberalismo, caracterizado pelo Pacto Liberal-Dependente. Este modelo econômico e político veio como uma resposta ao fracasso do Plano Cruzado e ao subsequente vácuo de poder que se instaurou.
A crítica de Luiz Carlos Bresser-Pereira, expressa em sua obra, aborda a encruzilhada da classe capitalista brasileira frente a duas opções estratégicas distintas. Por um lado, poderia-se aliar aos trabalhadores e às classes médias profissionais, fortalecendo o mercado interno e aceitando maiores salários e gastos do Estado com políticas públicas. Esta escolha favoreceria uma nação mais estável e autônoma. Por outro lado, a opção pelo alinhamento com as elites dos países desenvolvidos trazia consigo benefícios imediatos como menor carga tributária e aprovação internacional, mas ao custo da submissão econômica e da erosão do mercado interno.
A alternativa correta e que expressa a crítica presente no texto é a letra B. Esta opção destaca que, ao adotar políticas neoliberais, a classe capitalista opta por se aliar às elites dos países desenvolvidos, renunciando a um mercado interno robusto em favor de se submeter aos interesses dos países dominantes. Exemplifica a crítica ao neoliberalismo ao evidenciar a escolha por uma relação de dependência em detrimento do desenvolvimento interno e da soberania econômica.
É importante notar que a questão aborda um tema complexo da economia e da política brasileiras, onde as decisões tomadas têm impactos profundos e duradouros na sociedade. O autor, ao criticar o Pacto Liberal-Dependente, destaca os efeitos negativos de uma aliança com os países ricos que pode limitar o crescimento equitativo e a independência nacional.
Em resumo, a crítica ao neoliberalismo por Bresser-Pereira é que essa abordagem econômica pode levar a uma menor integração nacional e a uma dependência mais acentuada, com efeitos adversos tanto na estabilidade política quanto na legitimidade dos governos.
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Comentários
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"No segundo caso, as elites capitalistas locais globalistas pagam menos impostos e contam com aprovação maior da parte das elites dos países ricos à qual agrada sua submissão"
QUESTÃO DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
governo bolsonaro
Triste essa questão. 'u.u
Questão bem confusa no meu ponto de vista
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