“Trata de um dos aspectos mais festejados da internet...” (§...
Leia o texto abaixo e respondas às questões propostas.
Internet e a importância da imprensa
Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede.
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes censuradas são agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre.
E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais minoritária que seja a minha posição.
O risco está em que é muito fácil aderir ao seu “clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e no extremismo.
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim...
A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate.
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido.
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede.
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio.
(CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.)
“Trata de um dos aspectos mais festejados da internet...” (§ 1)
De acordo com a sintaxe do texto, o termo em função de sujeito em relação ao verbo da oração transcrita acima é:
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Gabarito comentado
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Vamos analisar a questão e entender por que a alternativa correta é a letra B - “Este artigo.”
Primeiramente, vamos entender o que a questão está pedindo. Ela quer que identifiquemos o termo que atua como sujeito na oração “Trata de um dos aspectos mais festejados da internet...” (parágrafo 1). Para isso, precisamos analisar a estrutura sintática dessa oração.
Na oração mencionada, a estrutura é a seguinte:
“Este artigo trata de um dos aspectos mais festejados da internet.”
Podemos identificar que o verbo “trata” está relacionado diretamente ao sujeito da oração. Nesse caso, quem “trata”? O sujeito é “Este artigo”. Portanto, a alternativa correta é a letra B.
Agora, vamos justificar por que as outras alternativas estão incorretas:
A - “o relacionamento humano.” - Esta frase não pode ser o sujeito do verbo “trata” porque está fora do contexto da oração analisada.
C - “a pornografia.” - Embora este termo apareça no texto, ele não é o sujeito da oração “trata de um dos aspectos mais festejados da internet...”. Está no contexto do que o artigo não aborda.
D - “no mundo virtual.” - Esta frase indica um complemento de lugar, não pode ser o sujeito do verbo “trata”.
E - “o empowerment.” - Este termo é o objeto da oração, não o sujeito. É sobre o que o artigo trata, mas não realiza a ação de tratar.
Portanto, a alternativa correta é a letra B - “Este artigo.”.
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