Sobre o elemento “que”, assinale a alternativa correta.

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Q1088786 Português

                                CELULARES CAUSAM CÂNCER?

                     UMA ANÁLISE SOBRE COMO A MÍDIA TRATA

                                QUESTÕES DE RISCO À SAÚDE

                                                                  30/03/2015 - 09H03 - POR CARLOS ORSI


      Neste mês, um colunista de informática do New York Times, Nick Bilton, escreveu um artigo sobre computadores “vestíveis” – equipamentos de informática integrados ao vestuário, como o Google Glass ou o Apple Watch – sugerindo que o uso desses acessórios, principalmente quando ligados a redes sem fio ou de telefonia celular, poderia representar um risco de câncer comparável ao trazido pela fumaça de cigarro.

      A tese de Bilton era de que, como existem pesquisas indicando que o uso de celular junto ao ouvido pode causar câncer de cérebro, seria lógico supor que usar o mesmo tipo de tecnologia junto a outras partes do corpo, como os olhos ou a pele, também não seria seguro. Três dias depois de publicar a coluna, no entanto, o jornal se viu constrangido a fazer uma retratação registrando o seguinte:

      “Nenhum estudo epidemiológico ou de laboratório jamais encontrou evidência confiável de tais riscos [ligando celulares a câncer], e não há nenhuma teoria amplamente aceita de como eles poderiam surgir. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ‘até o momento, não se estabeleceu nenhum efeito de saúde adverso associado ao uso de telefones móveis’ [...]”.

      Essa nota de retificação [...] gera uma questão espinhosa: como o jornalista do Times pôde se enganar tanto? A resposta é instrutiva e nos ensina algo sobre como a mídia em geral tende a tratar questões de risco à saúde.

      A primeira coisa a notar é que, em princípio, não faz sequer sentido imaginar que celulares possam causar câncer: as ondas eletromagnéticas que usam para transmitir e receber sinal não têm energia suficiente para penetrar no núcleo das células e alterar seu DNA: de fato, os raios do Sol são mais potentes (e perigosos). Mas, até aí, seguro morreu de velho, e diversos grupos de pesquisadores se dedicaram a estudar o assunto.

      A nota de retificação fala que “não há evidência convincente”. A palavra-chave aí é “convincente”. Como explica o oncologista americano David Gorski [...], existe, fundamentalmente, um só grupo de cientistas que afirma ter encontrado repetidas provas estatísticas de uma ligação entre os equipamentos e a doença. [...]

       A comunidade científica, em geral, e os órgãos responsáveis pela saúde pública, em particular, tendem a se guiar, corretamente, pela evidência preponderante – no caso, de que não há perigo – e não por resultados isolados. Mas o jornalismo costuma dar mais atenção aos sinais de alerta, e a desconfiar das comunicações tranquilizadoras, principalmente quando essas últimas parecem servir a interesses econômicos (no caso, dos fabricantes de celular).

      Trata-se de uma atitude que costuma ser interpretada, no meio, como sinal de “saudável senso crítico”. Mas a verdade é que, sem analisar os detalhes técnicos e evitando dar o devido peso ao mérito próprio de cada afirmação, desconfiar de tudo é uma atitude tão ingênua quanto acreditar em tudo. [...]

      Para finalizar, uma notícia que não vi ninguém dando com destaque aqui no Brasil: um estudo realizado na Nova Zelândia, divulgado em fevereiro, encontrou uma relação entre o uso de celular e a redução no número de casos de câncer de cérebro no país! [...] Isso quer dizer que a radiação do celular evita câncer? Mata as células malignas? Muito provavelmente, não. Existe, afinal, uma coisa chamada coincidência – e é por isso que estudos isolados têm de ser olhados com alguma reserva, quer tenham conclusões boas ou más.

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/blogs/olhar-cetico/noticia/2015/03/celulares-causam-cancer-uma-analise-sobre-como-mi-dia-trata-questoes-de-risco-saude.html

Sobre o elemento “que”, assinale a alternativa correta.
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Comentários

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GABARITO: LETRA B

A) Em ?[...] as ondas eletromagnéticas que usam para transmitir e receber sinal não têm energia suficiente para penetrar no núcleo das células e alterar seu DNA [...]?, o elemento ?que? é um pronome relativo que introduz uma oração subordinada adjetiva explicativa ? é um pronome relativo e dá início a uma oração subordinada adjetiva restritiva (=sem pontuação).

B) Em ?A nota de retificação fala que ?não há evidência convincente?.?, o elemento ?que? é uma conjunção integrante que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta ? correto, fala alguma coisa (=isso, conjunção integrante "que" dando início a uma oração subordinada objetiva direta).

C) Em ?[...] existe, fundamentalmente, um só grupo de cientistas que afirma ter encontrado repetidas provas estatísticas de uma ligação entre os equipamentos e a doença.?, o elemento ?que? poderia ser substituído por ?os quais?, sem prejuízo sintático ou semântico ? incorreto, retoma o núcleo "grupo", pode ser substituído por "o qual", "os quais" causaria erro, visto que o verbo "afirma" está no singular.

D) Em ?Trata-se de uma atitude que costuma ser interpretada, no meio, como sinal de ?saudável senso crítico?.?, o elemento ?que? é um pronome relativo que introduz uma oração subordinada adjetiva explicativa ? incorreto, introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva (=sem pontuação).

E) O elemento ?que? é variável, podendo ser flexionado em gênero e em número ? incorreto, quando conjunção integrante é invariável, classes invariáveis "P-I-C-A" (=preposição, interjeição, conjunção e advérbio).

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FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

Por favor, Arthur, a letra ''D'' seria restritiva?

Exato, Alberto. Creio que ele se enganou.

A letra D trata-se de uma oração subordinada adjetiva restritiva. Não tem vírgula. Quando tem vírgula é explicativa.

Assertiva b

Em “A nota de retificação fala que ‘não há evidência convincente’.”, o elemento “que” é uma conjunção integrante que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

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