Acerca do financiamento do déficit público brasileiro a part...

Questão tratando do Plano Real e dos anos subsequentes à sua implantação, tema de Economia Brasileira recorrente nos concursos públicos. Vamos analisar a proposição:

"A partir de 1995, como elemento de sustentação do Plano Real, a política fiscal do governo federal assumiu forte caráter contracionista, reduzindo gastos discricionários, notadamente os associados à rubrica outras despesas correntes e de capital do Tesouro Nacional, e às aposentadorias e pensões, por meio da concessão de reajustes em patamares inferiores ao da inflação do período."

De forma alguma e isso pode ser constatado pela evolução do resultado primário no período, em 1994 (ano de implantação do Plano Real) representou 5,21% do PIB e, em 1997, a cifra de -0,87%, uma flagrante deterioração, o que não configura, em hipótese alguma, uma política fiscal contracionista.

Cabe destacar que o ajuste fiscal só foi realizado por FHC a partir de 1999 no seu segundo mandato presidencial, da mesma forma as duas reformas da previdência (para reduzir as despesas previdenciárias) só ocorreram em 1998 e 1999.

O elemento de sustentação do Plano Real foi a política monetária, durante todo o período (e, especialmente, durante as crises externas do México, Ásia e Rússia) o governo lançou mão de altíssimas taxas de juros. Estas exerceram a função de desestimular a demanda agregada (consumo e investimento) e, também, atrair capitais estrangeiros para financiar o gigantesco déficit em transações correntes, garantindo um câmbio sobrevalorizado e a pressão das importações sobre os preços.

GABARITO DO PROFESSOR: ERRADO.