Até poucos anos atrás, praticamente todas as câmeras – as d...

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Q2060997 Português
As câmeras ficaram inteligentes – e um pouco assustadoras


    Algo estranho, assustador e sublime está acontecendo com as câmeras e vai complicar tudo o que você sabia sobre imagens. Elas estão ficando inteligentes.
   Até poucos anos atrás, praticamente todas as câmeras – as dos celulares, as automáticas ou as de vigilância em circuitos fechados de televisão – eram como olhos desconectados de um cérebro. Elas capturavam tudo o que você colocava na frente delas, mas não entendiam nada do que estavam vendo.
    Mas tudo isso está mudando. Há uma nova geração de câmeras que entendem o que veem. Elas são olhos conectados a cérebros, máquinas que não só registram o que está na frente delas, mas que podem agir sobre o tema.
    Primeiro, essas câmeras nos permitirão tirar fotos melhores e capturar momentos que talvez antes não fossem possíveis com todas as câmeras burras que existiram até agora. Essa é a propaganda que o Google está fazendo da Clips, sua nova câmera. Ela usa o chamado aprendizado de máquina para descobrir como tirar automaticamente instantâneos de pessoas, animais e outras coisas que achar interessantes.
    Uma empresa chamada Lighthouse AI quer fazer algo parecido para sua casa, usando uma câmera de segurança que soma uma camada de inteligência visual à imagem que vê. Quando você coloca a câmera na entrada de casa, ela analisa constantemente a cena, alertando se seus filhos não chegaram em casa até um determinado horário depois da escola.
     Não leva muito tempo para imaginar as possibilidades úteis e muito assustadoras de câmeras que podem decifrar o mundo. Elas vão deixar que você analise imagens com precisão profissional, aumentando o espectro de um novo tipo de vigilância – não apenas pelo governo, mas por todos a sua volta, mesmo aqueles que você ama.

(Farhad Manjoo. Exame. 22.03.2018. https://exame.abril.com.br. Adaptado)
Até poucos anos atrás, praticamente todas as câmeras – as dos celulares, as automáticas ou as de vigilância em circuitos fechados de televisão – eram como olhos desconectados de um cérebro.
Nesse trecho, os travessões abarcam, com relação à primeira parte do enunciado, uma
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