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Ano: 2012 Banca: FUNCAB Órgão: MPE-RO Prova: FUNCAB - 2012 - MPE-RO - Analista - Sociologia |
Q738894 Sociologia
O mundo contemporâneo vive momentos de intensa informação, comunicação e circulação de um consumo exarcebado de mercadorias diversas. Fenômenos globais colocam-se no espaço local e vice-versa. Um fenômeno em evidência é o Planejamento Estratégico para as cidades, cuja política objetiva o crescimento e a revitalização do espaço urbano. Esta proposta, atualmente, é vivenciada em várias cidades brasileiras que servirão de sede para a Copa do Mundo de 2014. Sobre essa proposta de política de reestruturação das cidades, qual das alternativas a seguir, representa a perspectiva analítica de Otilia Beatriz Fiori Aantes e Carlos B. Vainer sobre o espaço e o pensamento urbanos?
Alternativas

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Alternativa correta: A - A cidade é colocada no mercado como um produto, gerida e consumida como mercadoria, cujo planejamento estratégico formaliza e institucionaliza uma parceria entre o público e o privado.

Explicação:

Essa questão aborda o tema do Planejamento Estratégico Urbano no contexto das cidades brasileiras, especialmente à luz de eventos como a Copa do Mundo de 2014. O planejamento estratégico para cidades envolve a aplicação de técnicas e métodos com o objetivo de promover o crescimento e a revitalização dos espaços urbanos, frequentemente em parceria com o setor privado.

Segundo a perspectiva analítica de Otilia Beatriz Fiori Arantes e Carlos B. Vainer, a cidade contemporânea é frequentemente tratada como um produto de mercado. Esse planejamento urbano se caracteriza pela formalização de parcerias entre o setor público e privado, visando transformar a cidade em uma mercadoria gerida e consumida. Portanto, a alternativa A reflete precisamente essa visão.

Justificação das alternativas incorretas:

Alternativa B: A alternativa sugere que a reorganização dos espaços urbanos é necessária para valorizar as cidades globalmente e contribuir para o desenvolvimento sociocultural local. Embora essa visão tenha validade, ela não traduz a perspectiva crítica de Arantes e Vainer sobre a cidade como mercadoria e a parceria público-privada.

Alternativa C: Menciona o sucesso do planejamento estratégico nos países europeus e sua adoção no Brasil. Este ponto de vista não se alinha diretamente com a análise de Arantes e Vainer, que é mais crítica em relação à mercantilização da cidade e menos focada em modelos internacionais bem-sucedidos.

Alternativa D: Fala sobre a revitalização urbana e a homogeneização cultural, resultando na perda da diversidade cultural. Embora seja uma crítica válida, não é o enfoque principal da análise de Arantes e Vainer quanto ao planejamento estratégico e a mercantilização da cidade.

Alternativa E: Sugere que a parceria entre o público e o privado resultaria em novos empregos e redução das desigualdades sociais. Esta visão é otimista e não reflete a crítica de Arantes e Vainer ao processo de mercantilização e à priorização de interesses privados na gestão urbana.

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Gabarito: A

Carlos Vainer vê na instauração da cidade empresa uma negação radical da cidade enquanto espaço político, de construção da cidadania; aponta para um encolhimento radical do espaço público, uma total subordinação do poder público às exigências do capital internacional com interesses localizados. Em sua construção teórica, ele mostra as imbricações entre cidade-empresa e cidade-pátria: a produtivização e o consenso, bases permanentes para a cooperação público-privada, a cidade unificada sem brechas, tratada como um bloco em torno de um projeto único que, só assim, será vitorioso. A tendência à despolitização é também identificada pelo autor na redução da questão do governo da cidade à estreita questão da competência técnica de seus administradores, cuja manifestação é perceptível, tanto nas práticas de planejamento quanto na produção teórica dessas práticas.

 

Fonte: A CIDADE DO PENSAMENTO ÚNICO – DESMANCHANDO CONSENSOS Otília Arantes, Carlos Vainer e Ermínia Maricato Petrópolis, Editora Vozes, 2000. Fernanda Sánchez

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