Sobre as expressões “OCDE” e “CEO”, presentes notexto, anali...
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IDEIAS E LIBERDADE
Dias atrás me chamou a atenção um texto do amigo e filósofo Luiz Felipe Pondé. Sua provocação era: “O capitalismo estaria apodrecendo?”. Estaria chegando ao fim sem nenhuma utopia viável para pôr no lugar? Achei interessante aquilo. Existe agora o “modelo chinês”, desafiando a democracia liberal. Há muita instabilidade política e um debate imenso sobre os males do mercado. Estariamos à beira de algum precipício?
Uma das razões para a decadência seria o impacto das novas tecnologias - como a automação, a internet das coisas e a inteligência artificial - na destruição dos empregos. O raciocinio é intuitivo. Quando chegarem os carros autônomos, o que os motoristas do Uber vão fazer? E o pessoal do telemarketing, quando tudo for automatizado? Foi assim com os cubeiros, lá em Porto Alegre, chamados de “tigres”, que carregavam aqueles cilindros com dejetos humanos, antes das redes sanitárias. E com as telefonistas inglesas, que eram 120.000, em 1970, e hoje não passam de 20.000.
Muitos postos de trabalho desaparecerão e outros serão criados. Estudo da OCDE mostrou que, em vinte anos, o emprego industrial declinou 20% mas cresceu 27% no setor de serviços. E o feijão com arroz da economia de mercado. Schumpeter já havia teorizado sobre isso com sua tese da “destruição criadora”. Ainda recentemente, três pesquisadores da Consultoria Deloitte, lan Stewart, Debapratim De a Alex Cole, apresentaram uma pesquisa com dados do censo inglês desde 1871 e foram taxativos: “A tecnologia criou mais empregos do que destruiu nos últimos 144 anos”.
Outra razão do abismo seria a desigualdade. Se tornou comum dizer que a má distribuição de renda vai corroer o sistema. Falta demonstrar qual o padrão “certo” de distribuição econômica que se deve buscar. Como bem observou John Rawls, tendemos a comparar nossa situação com a de pessoas mais próximas a nós, nas comunidades em que convivemos e em relação às posições a que aspiramos. Não na “grande sociedade”. Ninguém acorda todos os dias enfurecido com a fortuna de Jeff Bezos. Mas, com razão nos indignamos se fomos discriminados, no trabalho ou na vida social.
Nos temas que realmente importam há avanços relevantes em nosso tempo. A drástica redução da pobreza talvez seja o mais crucial deles. Apenas no período da malafamada globalização, a pobreza global caiu de 36% para 10% entre 1990 e 2015. Outro aspecto: a convergência das famílias americanas com alimentação caiu de 4,2 dos padrões básicos de vida. O US Bureau of Labor Statistic mostrou que, entre 1901 e 2002 0 gasto das famílias americanas com alimentação caiu de 42% para 13% de sua renda. Na Inglaterra, o gasto caiu de 35%, em 1050, para pouco mais de 11% em 2014.Não só a renda cresceu, como o custo relativo dos produtos básicos caiu significativamente.
Há um tema muito mais amplo ai que se refere à igualdade de direitos. Lembro quando Obama, no aniversário dos cinquenta anos na Marcha de Selma, provocou a imensa multidão que refazia o projeto de Martin Luther King, na luta pelos direitos civis, dizendo que “se você acha que nada mudou nos últimos cinquenta anos, pergunta a alguém que viveu em Selma ou Chicago nos anos 50. Pergunte à mulher que hoje é CEO, e não mais restrita a ser secretária, se nada mudou. Pergunte ao seu amigo gay se é mais fácil ter orgulho na América hoje do que há 30 anos”. E concluiu: “Negar este progresso é roubar nosso próprio poder de transformar.”
No mundo da economia, poucas pessoas expressam melhor um tipo de otimismo realista do que Deirdre Mc-Closkey, autora da monumental trilogia sobre a igualdade, a dignidade e as virtudes burguesas, Deirdre não gosta da palavra capitalismo. Prefere e ideia do “inovismo”. Seu ponto é que não foi o capital, mas, sim as ideias ou a inovação que fizeram a diferença no surgimento da moderna economia do mercado. Em algum momento entre os séculos XVIl e XIX, o homem comum ganhou dignidade. O padeiro, o comerciante, o inventor de coisas. Primeiro timidamente, mas em um processo continuo a pari passu à afirmação das sociedades de direito. Dai o casamento moderno entre a economia de mercado e a democracia liberal.
Fonte: Veja, ed. 2775. Fernando Schuler é cientista político e professor do Insper.
Sobre as expressões “OCDE” e “CEO”, presentes notexto, analise as assertivas seguintes e marque a alternativa correta:
I- A denominação de CEO dá-se à diretora executiva de uma empresa.
lI- OCDE e CEO são palavras formadas por derivação regressiva.
III- Os cubeiros são exemplos de profissão extinta.
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Gabarito comentado
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A alternativa correta é: D - Apenas as assertivas I e III estão corretas.
Vamos analisar cada assertiva e entender por que essa é a resposta correta.
Assertiva I: A denominação de CEO dá-se à diretora executiva de uma empresa.
Explicação: A sigla CEO (Chief Executive Officer) refere-se ao cargo de diretor executivo de uma empresa, e pode ser ocupada tanto por um homem quanto por uma mulher. Portanto, a assertiva está correta ao afirmar que "dá-se à diretora executiva de uma empresa".
Assertiva II: OCDE e CEO são palavras formadas por derivação regressiva.
Explicação: A sigla OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e a sigla CEO não são formadas por derivação regressiva. A derivação regressiva é um processo de formação de palavras no qual se retira um sufixo de um verbo, por exemplo, para formar um substantivo. As siglas são formadas a partir das iniciais de um conjunto de palavras, não por derivação regressiva. Portanto, esta assertiva está incorreta.
Assertiva III: Os cubeiros são exemplos de profissão extinta.
Explicação: No texto, há uma referência a profissões que foram extintas, como os cubeiros em Porto Alegre, que carregavam cilindros com dejetos humanos antes da existência de redes sanitárias. Portanto, esta assertiva está correta.
Analisando as alternativas:
A) Apenas as assertivas I e II estão corretas. - Incorreta. A assertiva II está incorreta, então essa alternativa não pode ser a correta.
B) Apenas as assertivas II e III estão corretas. - Incorreta. A assertiva II está incorreta.
C) Todas as assertivas estão corretas. - Incorreta. Apenas as assertivas I e III estão corretas.
D) Apenas as assertivas I e III estão corretas. - Correta. As assertivas I e III são as únicas corretas.
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Comentários
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gabarito: letra d
I e III estão corretas (pura interpretação do texto)
II está incorreta porque derivação regressiva ou deverbal é o processo de formação de palavras em que um vocábulo é formado com base no radical de outro, havendo redução morfológica da palavra derivante. exemplo: combater - combate; mergulhar - mergulho; fugir - fuga....
CEO é uma sigla.
Sabendo a II já conseguimos fazer a questão.
Derivação regressiva:
De forma simples, uma palavra regride para formar outra.
De forma mais gramatical, um substantivo formado a partir de um verbo.
Exemplos:
Abalo -> Abalar
Cria -> Criar
Cutuco -> Cutucar
Venda -> Vender
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