“para que não pudessem escapar à tortura". Assim como se co...

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      Texto: A civilização contra o porrete

      Recentemente, a 20 quilômetros da cidade de Frankfurt, Alemanha, pesquisadores encontraram um sítio arqueológico de sete mil anos, onde uma aldeia inteira teria sido exterminada por vizinhos inimigos enquanto dormia. Além dos golpes fatais na cabeça de cada um, havia, nesses restos mortais, sinais de torturas variadas espalhados pelos corpos das vítimas. Para começar, todos tinham as pernas quebradas, provavelmente para que não pudessem escapar à tortura.

      Como os agrupamentos humanos do neolítico não passavam de algumas dezenas de pessoas, o número de mortos massacrados a porrete, incluindo crianças, seria equivalente a algo em torno de 40 milhões de brasileiros, se sofrêssemos hoje um ataque das mesmas proporções. Diante disso, Hiroshima e Nagasaki não teriam passado de um entrevero desimportante, sem maiores pretensões e consequências.

      Não deve ser, portanto, verdade que o homem nasce bom e se torna mau, que nasce puro e a sociedade o corrompe com seus hábitos, com seu desenvolvimento e progresso. Mesmo que não existisse o semelhante, o homem encontraria onde exprimir sua violência. O bon sauvage que Jean-Jacques Rousseau, um precursor da democracia moderna, anunciou no século XVIII, nunca existiu. O homem sempre foi violento e essa violência nunca foi provocada apenas por necessidades incontroláveis como a fome. Na verdade, a violência apenas como fruto de necessidades é, ao contrário, uma característica dos outros animais.

      A violência é uma perversão da natureza humana. Ela está na origem da espécie, em sua luta pela sobrevivência, mas também no desejo de se impor ao outro. O homem é, por exemplo, o único animal capaz de torturar um seu igual, o único a fazer da violência uma manifestação cultural.

      Grande parte dos crimes cometidos em nossas ruas é provocada por um desejo incontrolável produzido por nós mesmos, sem que a vítima tenha nada a ver com isso. Na maior parte das vezes, esse desejo tem origem em nosso exibicionismo, na necessidade de conquistarmos o que o outro já tem, fruto da propaganda que nos fala todo dia das maravilhas que não estão a nosso alcance. Só a educação pode evitar essa prática criminosa do desejo. Ou a civilização.

      A civilização, ao contrário do que certos naturistas querem, inclusive alguns pais do Iluminismo, como o próprio Rousseau, é um conjunto de arranjos impostos às relações humanas para evitar a inevitável violência que não temos individualmente forças para conter. É como se fossem regras restritivas e sucessivas, criadas pela consciência humana por medo de sua própria violência. Um jeito de conviver com seu semelhante, sem necessidade de se impor pelo porrete.

      É provável que nunca consigamos extinguir a violência entre os homens; mas essa fatalidade não justifica sermos solidários ou mesmo complacentes com ela. O papel da civilização será sempre o de domesticar a violência, criar condições para que ela não seja admissível e muito menos indispensável, seja na forma de guerras coletivas, seja na de conflitos individuais. Nenhum de seus formatos é justo, mesmo que exercido em nome de ideologias, de programas políticos, de lutas pelo poder. Se as ideias exigem violência para se concretizarem, elas devem estar erradas.

                                                                 Cacá Diegues. O Globo, 30/08/2015. Fragmento.
Disponível em: http://oglobo.globo.com/opiniao/a-civilizacao-contra-porrete-17344948#ixzz3kiZVuJ3E 
“para que não pudessem escapar à tortura". Assim como se constata nesse segmento, é obrigatório empregar o sinal grave indicativo de crase em:
Alternativas

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

a) Não se emprega o sinal indicativo de crase antes de verbo no infinitivo

b) Gabarito - regência do verbo combater VTI, quem combate, combate a alguma coisa

c) Não se usa sinal indicativo de crase antes de pronome demonstrativo

d) Não se usa sinal indicativo de crase depois de outra preposição qualquer

Eu combato o crime ou eu combato ao crime??

Qual é o correto??

Bruna da Silva. Correto é: Eu combato o crime. Pois é um VTD , você O combate.

GABARITO: LETRA B

os principais casos em que a crase NÃO ocorre:

- Diante de substantivos masculinos:

Andamos cavalo.

Fomos a pé.

Passou a camisa a ferro.

Fazer o exercício lápis.

- Diante de verbos no infinitivo:

A criança começou a falar.

Ela não tem nada a dizer.

Estavam a correr pelo parque.

Estou disposto a ajudar.

Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.

- Diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:

Diga a ela que não estarei em casa amanhã.

Entreguei a todos os documentos necessários.

Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.

Peço Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.

Mostrarei vocês nossas propostas de trabalho.

Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo.

Agradeci a ele, quem tudo devo.

- Diante de numerais cardinais:

Chegou a duzentos o número de feridos.

Daqui a uma semana começa o campeonato.

FONTE: SÓPORTUGUÊS.COM.BR

O comentário mais votado está incorreto na explicação do porquê a assertiva B) é a correta:

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B) O desafio do combate a violência envolve valorização e defesa dos direitos humanos.

     Combater é um verbo transitivo direto (VTD), Portanto não se aplica a crase

     Já o substantivo Combate, deve ser aplicada a crase.

.

.

.

CORRETO: 

• combata a cegueira a anemia, a insônia, depressão, a gastrite, a osteoporose e, porque não, a queda de cabelo

• combatam a dengue

• combate à dengue, com crase

• combate a incêndio

• combater a ressaca

• combate à acne (substantivo combate)

• combate à flacidez (substantivo combate)

Nota 1: para complicar um pouco a estória, se "combate " se referir ao verbo combater no presente da segunda pessoa do singular, voltamos a não ter a crase: "João, combate a tua vontade de comer".

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Por isso o Gabarito é B)

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