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Ano: 2016 Banca: FUNIVERSA Órgão: IF-AP Prova: FUNIVERSA - 2016 - IF-AP - Psicólogo |
Q670468 Psicologia
Assinale a alternativa correta quanto à abordagem da psicopatologia e da psicodinâmica sobre saúde mental.
Alternativas

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A alternativa correta é: E - O sofrimento ético é uma vivência que favorece a saúde mental.

Para entender por que essa é a alternativa correta, vamos explorar um pouco sobre psicopatologia e psicodinâmica no contexto da saúde mental.

A psicopatologia se refere ao estudo das doenças mentais, incluindo suas causas, processos de desenvolvimento e efeitos. Já a psicodinâmica envolve a compreensão dos processos mentais e emocionais que ocorrem principalmente no nível inconsciente, frequentemente relacionados a conflitos interiores e experiências passadas.

A alternativa E menciona o "sofrimento ético", que pode ser entendido como um tipo de sofrimento relacionado a questões de moralidade e ética. Enfrentar e refletir sobre essas questões pode levar ao crescimento pessoal e à melhoria da saúde mental, ao contrário do que ocorre com outros tipos de sofrimento que podem prejudicar a saúde mental. Assim, é uma vivência que pode, de fato, favorecer a saúde mental.

Agora, vejamos por que as outras alternativas estão incorretas:

A - O adoecimento mental implica o sucesso do uso das estratégias defensivas individuais e coletivas.

Essa alternativa está incorreta porque o adoecimento mental geralmente ocorre quando as estratégias defensivas falham. As defesas são mecanismos que usamos para proteger nossa psique de conflitos internos e ansiedades. Quando essas defesas não são eficazes, podem contribuir para o adoecimento mental.

B - A angústia, o medo e a insegurança são sintomas dos transtornos psicossomáticos.

Embora angústia, medo e insegurança possam estar presentes em diversos transtornos mentais, os transtornos psicossomáticos são caracterizados por sintomas físicos que não têm uma base médica clara, mas que estão associados a fatores psicológicos. Essa definição torna a alternativa incorreta.

C - A doença mental é resultado direto da vivência de sofrimento devido às contradições da relação familiar.

Embora as relações familiares possam influenciar a saúde mental, elas não são o único fator envolvido no desenvolvimento de doenças mentais. A questão é complexa e envolve uma interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais.

D - O sofrimento grave é mais presente que o sofrimento leve no adoecimento por depressão.

A depressão pode se manifestar de várias formas e intensidades, com sofrimentos que variam de leve a grave. Portanto, afirmar que o sofrimento grave é mais presente invalida a diversidade de experiências individuais em relação à depressão.

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RESPOSTA "E"

Vejamos: 

sofrimento ético; sofrimento que resulta, não de um mal sofrido pelo sujeito, mas daquele que este pode causar ao cometer, por seu trabalho, atos que normalmente reprova. Com outras palavras, será que fazer o mal, isto é, infligir ao outro um sofrimento indevido, não ocasiona também um sofrimento a quem o faz no marco de seu trabalho e que, para salvaguardar seu equilíbrio psíquico, pode construir defesas contra este sofrimento.

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/520004-o-sofrimento-no-trabalho-artigo-de-christophe-dejours

LEIAM ESSE ARTIGO > http://pepsic.bvsalud.org/pdf/per/v17n2/v17n2a10.pdf

 

A maneira de o sistema capitalista incluir faz parte dos mesmos mecanismos de reproduzir e sustentar a servidão, a passividade, a miséria e, principalmente, a alienação do trabalhador.

O conceito do sofrimento ético-político surgiu para colaborar com a introdução da contradição e dominação sociais nas reflexões e intervenções psicossociais. O sofrimento ético-político constitui uma categoria de análise da dialética inclusão/ exclusão social. Em síntese, é a “a vivência particular das questões sociais dominantes em cada época histórica ... Sofrimento que surge da situação de ser tratado como inferior, subalterno, sem valor, apêndice inútil da sociedade” (Sawaia, 1999, p. 56). Mediante a constatação do sentimento como constitutivo da consciência, o estudo das emoções tornou-se para a autora um eixo epistemológico fundamental. A análise da afetividade, na dimensão ético-política, é realizada a partir de Espinosa e Vygotsky pela positividade epistêmica com a qual analisam os sentimentos e as emoções. Esses autores vão ao encontro da liberdade humana e entendem a vida ética a partir da vivência dos afetos, compreendendo-os como unidades de análise capazes de orientar a ação do homem no mundo, contendo em si a possibilidade da servidão ou da liberdade no processo complexo da vivência da desigualdade e da exclusão no sistema capitalista. 

Partindo da compreensão espinosana, Sawaia destaca a relação entre sofrimento ético-político e autonomia, destacando a dimensão ética dos afetos. Assim, ressalta que se trata de um sofrimento vinculado às relações com a sociedade, nas quais, mediante as afecções, o corpo vivencia um abaixamento de potência proveniente da passividade, da servidão ou heteronomia frente a situações de exclusão engendrada pela desigualdade social. 

 

"Esse aspecto ético-político presente no sofrimento é uma sensibilidade voltada à dor do outro, (...)."

 

"O sofrimento ético-político nos parece importante para a busca da melhoria das condições de vida (e de saúde) da maioria da população, pois, além de favorecer um entendimento crítico da situação que gera sofrimento, gera uma relação de empatia entre os que sofrem, facilitando as relações de troca e união para a superação dos sofrimentos. Nesse sentido, comenta SÖLLE, “Somente os sofredores atuarão, por iniciativa própria, na eliminação de situações em que seres humanos ficam expostos a sofrimentos evitáveis e destituídos de sentido, como os relacionados com a fome, a opressão, a tortura” (1996, p.10)."

 

fonte: http://periodicos.ufpb.br/index.php/rbcs/article/viewFile/10733/6817

 

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