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Ano: 2019 Banca: IBADE Órgão: IABAS Prova: IBADE - 2019 - IABAS - Farmacêutico |
Q1122045 Português

Infestação de escorpiões no Brasil pode ser

imparável

A infestação de escorpião no Brasil é o exemplo perfeito de como a vida moderna se tornou imprevisível. É uma característica do que, no complexo campo de problemas, chamamos de um mundo “VUCA” (Volatility, uncertainty, complexity and ambiguity em inglês) - um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo.

Escorpiões, como as baratas que eles comem, são um a espécie incrivelmente adaptável . O número de pessoas picadas em todo o Brasil aumentou de 12 mil em 2000 para 140 mil no ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde. A espécie que aterroriza os brasileiros é o perigoso escorpião amarelo, ou Tityus serrulatus. Ele se reproduz por meio do milagre da partenogênese, significando que um escorpião feminino simplesmente gera cópias de si mesma duas vezes por ano - nenhuma participação masculina é necessária.

A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico "problema perverso". Este termo, usado pela primeira vez em 1973, refere-se a enormes problemas sociais ou culturais como pobreza e guerra - sem solução simples ou definitiva, e que surgem na interseção de outros problemas. Nesse caso, a infestação do escorpião urbano no Brasil é o resultado de uma gestão inadequada do lixo, saneamento inapropriado, urbanização rápida e mudanças climáticas.

No VUCA, quanto mais recursos você der para os problemas, melhor. Isso pode significar tudo, desde campanhas de conscientização pública que educam brasileiros sobre escorpiões até forças-tarefa exterminadoras que trabalham para controlar sua população em áreas urbanas. Os cientistas devem estar envolvidos. O sistema nacional de saúde pública do Brasil precisará se adaptar a essa nova ameaça.

Apesar da obstinada cobertura da imprensa, as autoridades federais de saúde mal falaram publicamente sobre o problema do escorpião urbano no Brasil. E, além de alguns esforços mornos em nível nacional e estadual para treinar profissionais de saúde sobre o risco de escorpião, as autoridades parecem não ter nenhum plano para combater a infestação no nível epidêmico para o qual ela está se dirigindo.

Temo que os escorpiões amarelos venenosos tenham reivindicado seu lugar ao lado de crimes violentos, tráfico brutal e outros problemas crônicos com os quais os urbanitas no Brasil precisam lidar diariamente. 

* Hamilton Coimbra Carvalho é pesquisador em Problemas Sociais Complexos, na Universidade de São Paulo (USP).


Texto adaptado de Revista Galileu

(https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/MeioAmbiente/noticia/2019/02/infestacao-de-escorpioes-no-brasilpode-ser-imparavel-diz-pesquisador.html)

Observe o emprego do acento grave indicador de crase nas seguintes frases:

I. A Secretaria de Saúde ofereceu um curso gratuito ______ que moram nas áreas mais afetadas pelo aumento do número de escorpiões.

II. A infestação chegou____cidade onde nasci.

III. No documento também se fazia referência____ crianças picadas por cobras.

A opção que completa corretamente as lacunas é:

Alternativas

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GABARITO: LETRA D

I. A Secretaria de Saúde ofereceu um curso gratuito àqueles que moram nas áreas mais afetadas pelo aumento do número de escorpiões ? quem oferece, oferece alguma coisa (um curso gratuito) A alguém (aqueles + a "preposição" = àqueles).

II. A infestação chegou à cidade onde nasci ? chegou A algum lugar (o verbo rege a preposição "a" + o artigo definido "a" que acompanha o substantivo "cidade" = à)

III. No documento também se fazia referência a crianças picadas por cobras ? (fazia referência A alguma coisa --- temos aqui somente o uso da preposição "a", pois quis aplicar um sentindo amplo, escolhendo não especificar quais crianças).

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? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

A ausência do plural dispensou a crase no ítem III, pois deu sentido genérico ao trecho "crianças picadas por cobras". Somente se houvesse a indicação no plural é que haveria especificidade "às crianças picadas por cobras".

. A Secretaria de Saúde ofereceu um curso gratuito ___àQUELES___ que moram nas áreas mais afetadas pelo aumento do número de escorpiões.

II. A infestação chegou_À___cidade onde nasci. ( QUEM CHEGA A ALGUM LUGAR )

III. No documento também se fazia referência__A__ crianças picadas por cobras. ( REFERÊNCIA A ALGUMA COISA)

GABARITO: LETRA D

COMPLEMENTANDO:

Principais casos em que não ocorre a crase:

* Antes de palavra masculina

* Em locução feminina que indique instrumento (ex: Ela escreveu o texto a caneta)

* Antes de verbo

* Entre palavras repetidas que formem uma expressão (ex: cara a cara)

* Antes de artigo indefinido

* Quando o A estiver no singular e a palavra posterior estiver no plural

* Antes dos seguintes pronomes: 

   a) De tratamento (exceções: senhora, senhorita, dona e madame)

   b) Relativos (exceção: à qual, às quais)

   c) Indefinidos (exceção: outra(as))

   d) Demonstrativos (exceções: àquele, àquela, àquilo)

   e) Pessoais

FONTE: QC

Com a regra geral da crase, responde-se não somente a essa questão, mas como a todas. Para o professor Celso Pedro Luft, ensinam regras e, por isso mesmo, as pessoas comentem erro quando se trata de crase. Partindo do princípio que considera inútil um compêndio com regras engessadas e lições mecânicas para justificar o fenômeno, o professor afirma sumariamente que a regra a ser observada é uma só:

Acentua-se o "a" duplo (a + a → à)

I. A Secretaria de Saúde ofereceu um curso gratuito ______ que moram nas áreas mais afetadas pelo aumento do número de escorpiões.

Se se oferece um curso gratuito aos homens, então se oferece àqueles que moram nas áreas (...).

II. A infestação chegou ____ cidade onde nasci.

Se a manifestação chegou ao centro, então chegou à cidade.

III. No documento também se fazia referência ____ crianças picadas por cobras. A opção que completa corretamente as lacunas é:

Se se faz referência a adultos, então se faz a crianças.

Letra D

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