O pequeno conto de Dalton Trevisan, além de narrar de forma ...
Texto 1
Dois velhinhos
Dalton Trevisan
Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo. Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora.
Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:
— Um cachorro ergue a perninha no poste.
Mais tarde:
— Uma menina de vestido branco pulando corda.
Ou ainda:
— Agora é um enterro de luxo.
Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela. Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo. Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.
Mistérios de Curitiba, Rio de Janeiro: Record, 1979. P. 110.
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Para resolver essa questão, precisamos analisar a estrutura do texto apresentado e compreender qual é o tipo predominante de construção textual. O tema central aqui é a interpretação de texto, com foco em identificar a estrutura do conto de Dalton Trevisan.
Análise da Alternativa Correta (B):
A alternativa B menciona que o texto se estrutura sobre a descrição. Essa é a resposta correta porque o conto oferece descrições detalhadas de duas perspectivas: uma externa e imaginária (o que o personagem junto à janela descreve) e outra interna e real (o que o outro personagem vivencia). Essas descrições criam um contraste entre a expectativa e a realidade, um recurso comum em contos que buscam explorar temas de percepção e realidade.
Análise das Alternativas Incorretas:
A - Argumentação: Esta alternativa está incorreta porque o texto não busca convencer o leitor de uma tese ou opinião. Não há elementos argumentativos ou de persuasão que indiquem que a velhice no Brasil é um tema tabu, como proposto na alternativa.
C - Injunção: A injunção é um tipo de texto que busca instruir ou convocar o leitor a agir, como em manuais ou receitas. No conto de Dalton Trevisan, não há esse tipo de orientação ao leitor, tornando essa opção incorreta.
D - Exposição: A exposição é usada para informar ou esclarecer sobre um tema de maneira objetiva, sem implicar opinião. Embora o texto narre uma situação, não se encaixa no formato expositivo, pois não visa apenas informar, mas sim criar uma atmosfera e estimular a reflexão por meio da descrição.
Para interpretar textos como esse em provas, esteja atento aos elementos de descrição e como eles são usados para criar atmosferas ou contrastes. Observe também se o texto está tentando persuadir, informar ou narrar, pois isso ajuda a identificar o tipo de estrutura textual.
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Comentários
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O texto contém traços DESCRITIVOS:
Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro(DESCRIÇÃO OBJETIVA), as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro: [...]
[... ]— Uma menina de vestido branco(DESCRIÇAÕ OBJETIVA) pulando corda. [...]
Letra B
LETRA B
Descrição, já que desenha duas cenas, uma externa e imaginária e outra interna e real.
Aparta-te do mal, e faze o bem; procura a paz, e segue-a.
Salmos 34:14
O texto utiliza as 2 formas de texto descritivo.
Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos de impressões dos autores.
Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, manuais de instruções, verbetes de dicionários e enciclopédias.
Que texto mais lindinho... hahaha
GABARITO: B
Que texto interessante! Por mais questões assim...
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