Quanto à caracterização do espectro da doença pulmonar obstr...

Vamos analisar a questão sobre a caracterização da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) conforme as Diretrizes GOLD 2023.

Alternativa correta: D

Análise da alternativa correta:

A alternativa D está correta ao afirmar que o termo pré-DPOC identifica indivíduos que apresentam anormalidades respiratórias (como sintomas ou alterações estruturais e/ou funcionais) mesmo na ausência de obstrução ao fluxo aéreo na espirometria. A pré-DPOC é uma fase onde já existem sinais de risco ou predisposição à DPOC, mas que ainda não se manifestou plenamente nos exames de função pulmonar.

Análise das alternativas incorretas:

A: Está incorreta porque os indivíduos com espirometria alterada, como um VEF1 reduzido, mas com uma relação VEF1/CVF preservada, não são classificados como pré-DPOC. A definição de pré-DPOC não se baseia exclusivamente nesses parâmetros espirométricos sem considerar sintomas ou outras anormalidades.

B: A expressão “Young COPD” refere-se ao diagnóstico de DPOC em pessoas jovens, mas não se limita à idade de 20 anos. O termo geralmente descreve pacientes diagnosticados antes dos 45 anos, considerando que a DPOC é tradicionalmente associada a faixas etárias mais avançadas.

C: O acrônimo PRISm não descreve casos de DPOC relacionados à poluição industrial ou ocupacional. Na verdade, PRISm refere-se a um padrão espirométrico que apresenta redução na capacidade vital forçada (CVF) com VEF1/CVF normal, o que representa um estado clínico distinto e não uma causa da doença.

E: O termo disanapse não está relacionado ao desbalanço da dimensão da caixa torácica em relação ao volume pulmonar total. Disanapse refere-se ao descompasso entre o desenvolvimento das vias aéreas e o crescimento do parênquima pulmonar, que pode influenciar a função pulmonar.

Essa questão exige um entendimento claro das definições e terminologias usadas nas diretrizes mais recentes sobre DPOC. É essencial estar atualizado com as diretrizes GOLD e compreender os diferentes estágios e descrições da doença, incluindo estágios precoces como a pré-DPOC.

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No entanto, o termo "dysanapsis" é relevante no contexto da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Dysanapsis refere-se a um descompasso entre o calibre das vias aéreas e o tamanho do pulmão, que pode surgir precocemente na vida e ser avaliado por tomografia computadorizada (TC).[1-2]

Estudos indicam que a dysanapsis está associada a um risco aumentado de DPOC, especialmente em adultos mais velhos. A relação entre o diâmetro das vias aéreas e o volume pulmonar (relação vias aéreas/pulmão) é um indicador importante, onde uma menor relação está associada a um risco maior de DPOC.[2] Além disso, a dysanapsis pode ser influenciada por fatores genéticos, e um escore de risco genético para dysanapsis tem sido associado a função pulmonar obstrutiva desde a infância até a idade adulta.[1]

Portanto, a dysanapsis pode ser considerada um fenótipo intermediário que liga variações genéticas à função pulmonar e ao risco de DPOC.

⚕️ QUESTÃO SOBRE A CARACTERIZAÇÃO DO ESPECTRO DA DPOC SEGUNDO AS DIRETRIZES GOLD 2023

✅ ALTERNATIVA CORRETA: [D] O termo pré-DPOC identifica indivíduos com sintomas respiratórios e/ou outras anormalidades estruturais e/ou funcionais detectáveis, na ausência de obstrução ao fluxo aéreo na espirometria.

✏️ JUSTIFICATIVA

A pré-DPOC é uma fase preliminar do espectro da doença, antes da presença de obstrução ao fluxo aéreo detectada na espirometria. No entanto, esses indivíduos podem já apresentar sintomas respiratórios (como tosse ou dispneia) ou anormalidades estruturais e funcionais nos pulmões, como espessamento das vias aéreas, aumento da resistência das vias aéreas e enfisema pulmonar. A falta de obstrução ainda impede o diagnóstico definitivo de DPOC, mas eles estão em risco aumentado para desenvolver a doença com a progressão do tempo.

⚠️ ANÁLISE DAS DEMAIS ALTERNATIVAS

❌ [A]: Indivíduos assintomáticos com espirometria alterada (VEF1 <80% da referência), porém com relação VEF1/CVF preservada, são considerados portadores de pré-DPOC – Incorreto.

A DPOC é caracterizada por obstrução ao fluxo aéreo, com relação VEF1/CVF reduzida (inferior a 0,70). A relação VEF1/CVF preservada indica que não há obstrução significativa, então esses indivíduos não são considerados portadores de pré-DPOC.

❌ [B]: O termo “Young COPD” é reservado para os pacientes que têm o diagnóstico da doença antes dos 20 anos de idade – Incorreto.

O termo "Young COPD" se refere a pacientes com DPOC diagnosticada em idade jovem, geralmente antes dos 40 anos. Portanto, não é restrito a indivíduos com diagnóstico antes dos 20 anos.

❌ [C]: O acrônimo PRISm refere-se aos casos de DPOC induzidos por poluição de indústrias e/ou relacionados à exposição no trabalho – Incorreto.

O acrônimo PRISm (Preserved Ratio Impaired Spirometry ou “Espirometria com Rácio Preservado com VEF1 reduzido”) se refere a pacientes com redução do VEF1, mas com relação VEF1/CVF preservada (superior a 0,70), caracterizando uma obstrução das vias aéreas que não é classificada como DPOC. PRISm está relacionado à alteração funcional, não sendo exclusivo da exposição a poluição ou trabalho.

❌ [E]: O termo disanapse refere-se ao desbalanço da dimensão da caixa torácica em relação ao volume pulmonar total – Incorreto.

O termo disanapse se refere ao desbalanço entre a distensão das vias aéreas centrais e periféricas nos pulmões, o que pode levar ao desenvolvimento de enfisema pulmonar. Não está relacionado diretamente ao volume torácico ou à caixa torácica.

⏳ RESUMO:

• Pré-DPOC refere-se a indivíduos com sintomas ou anormalidades funcionais estruturais detectáveis, mas sem obstrução ao fluxo aéreo na espirometria.
• O termo PRISm está associado a obstrução inicial com relação VEF1/CVF preservada.
• O termo disanapse refere-se ao desbalanço das vias aéreas centrais e periféricas, não à caixa torácica.