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Ano: 2025
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Presidente Prudente - SP
Provas:
VUNESP - 2025 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Agente Comunitário de Saúde da Família
|
VUNESP - 2025 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Auxiliar de Enfermagem |
VUNESP - 2025 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Professor de Educação Infantil |
VUNESP - 2025 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Fiscal do Serviço - Inspeção Municipal |
VUNESP - 2025 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Professor I |
VUNESP - 2025 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Agente de Combate às Endemias |
VUNESP - 2025 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Auxiliar de Enfermagem - Saúde da Família |
VUNESP - 2025 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Auxiliar de Médico - Veterinário |
VUNESP - 2025 - Prefeitura de Presidente Prudente - SP - Auxiliar de Saúde Bucal |
Q3214259
Não definido
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
A tragédia das crianças sem saneamento
A falta de saneamento básico no Brasil faz com que
6,6 milhões de crianças de zero a seis anos, a chamada primeira infância, afastem-se de suas atividades, de acordo com o
estudo Futuro em risco: efeitos da falta de saneamento na vida
de grávidas, crianças e adolescentes, divulgado recentemente
pelo Instituto Trata Brasil. Esse contingente de crianças, que
equivale à população do Paraguai, segue sendo negligenciado
na fase da vida que é, segundo múltiplas evidências nacionais
e internacionais, determinante para um futuro digno.
Sem acesso a esgoto tratado e a creches, ou às vezes
sem poder frequentar a creche, quando esta existe, justamente porque falta saneamento na região em que vivem,
parte significativa das crianças brasileiras cresce com uma
herança nefasta, traduzida por uma renda 46,1% menor na
idade adulta, de acordo com o estudo. Considerando-se um
período de 35 anos de atuação profissional, a diferença de
renda entre quem conta e quem não conta com saneamento
básico é de mais de R$ 126 mil, montante nada trivial em um
país tão desigual quanto o Brasil.
O estudo do Trata Brasil radiografa uma série de efeitos
nefastos que vão se acumulando na vida de quem não conta
com saneamento na primeira infância. Sem água tratada ou
banheiro, crianças de 11 anos têm dificuldade para identificar
as horas em um relógio ou para calcular o valor de um troco, habilidades básicas e extremamente necessárias no dia a
dia. E esse é apenas um exemplo do quanto a falta do mínimo trava a capacidade de aprendizado e, por consequência,
de ascensão social. Crianças que viveram a primeira infância
em condições precárias de saneamento chegam à segunda
infância (7 a 11 anos) com sequelas no desenvolvimento e
têm notas sensivelmente mais baixas em avaliações como
o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Não é
surpresa, então, que jovens de 19 anos sem acesso a saneamento tenham, em média, atraso de 1,8 ano na escolaridade.
Garantir acesso à água e ao esgoto tratados, bem como
à educação, é o melhor investimento que o País pode fazer
em nome do bem-estar da população brasileira e de seu próprio futuro. Sem esgoto tratado, milhões de brasileiros estão
expostos a enfermidades que deveriam pertencer ao passado, sobrecarregando e onerando o sistema de saúde, faltam
às aulas (quando e se há escola), aprendem pouco ou quase nada, como demonstram indicadores nacionais e internacionais de educação, e tornam-se adultos despreparados e
dependentes de ajuda governamental.
(https://www.estadao.com.br/opiniao, 13.10.2024. Adaptado)
O objetivo do editorial é analisar o