Sua figura como mulher foi marcante na configuração do alde...

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Damiana, mulher Panará-Caiapó, neta do cacique Angraí-ocha, foi entregue por ele para ser criada pelo governador da província de Goiás, Luís da Cunha Meneses. Nasceu por volta de 1779 e morreu em 1831 (viveu aproximadamente 52 anos). A cristianização de Damiana, no entanto, não levou à perda da sua língua materna e nem a separou do seu povo, considerado bravio e selvagem, um entrave à ocupação colonial da região central do país, o que permitiu que a menina crescesse entre dois mundos diversos e antagônicos: o do branco colonizador e o do indígena, inferiorizado e buscado para ser mão de obra do empreendimento colonizador. Damiana da Cunha, uma mulher de corpoalma dupla.

Fonte: Site Centro Cultural UFG.

Damiana da Cunha (1720–1810)

Damiana da Cunha foi uma indígena da etnia Karajá que desempenhou um papel crucial na história de Goiás durante o período colonial. Ela é lembrada por seu trabalho como mediadora entre os povos indígenas e os colonizadores portugueses. Damiana ajudou a pacificar e organizar aldeias indígenas, contribuindo para a fundação de várias cidades na região, incluindo Natividade e Pilar de Goiás. Seu conhecimento das línguas indígenas e sua habilidade de navegação em ambas as culturas a tornaram uma figura central na colonização do interior do Brasil.

Chica Machado (1800–1888)

Francisca Maria das Dores, mais conhecida como Chica Machado, foi uma importante figura na história de Goiás, conhecida principalmente por seu envolvimento nas lutas abolicionistas. Como uma mulher negra, Chica Machado dedicou sua vida à luta pela liberdade dos escravizados e ao apoio às causas sociais. Ela também foi conhecida por sua devoção religiosa, sendo uma líder em movimentos de fé em sua comunidade. Embora menos conhecida que outras figuras, sua contribuição para a resistência contra a escravidão e sua liderança comunitária são fundamentais na história de Goiás.

Chica Machado Tinha quantidades incontáveis de ouro que ela usava para comprar e libertar os negros escravizados. Muitos destes escravizados recém-libertos continuavam a trabalhar para Chica Machado por amor. Ela era uma mulher tão importante que recebia pó de ouro aos pés quando entrava em igrejas.

Leodegária de Jesus (1889–1970)

Leodegária de Jesus é uma das primeiras feministas do Brasil, nascida em Goiás. Ela foi uma escritora, poetisa e professora, além de uma ativista pelos direitos das mulheres. Leodegária contribuiu para o movimento literário e cultural de Goiás e foi uma das fundadoras da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. Ela lutou pela educação das mulheres e pela igualdade de gênero em uma época em que essas ideias ainda eram raras no Brasil. Seus escritos abordavam temas como a emancipação feminina, a importância da educação e a liberdade de expressão.

Essas mulheres representam diferentes aspectos da história de Goiás, desde a colonização e o contato com os povos indígenas, até as lutas pela liberdade e pelos direitos das mulheres. Cada uma delas deixou um legado importante que ainda é lembrado e estudado na região.

Benedita Cipriano Gomes (1922–1976)

Benedita Cipriano Gomes, mais conhecida como Santa Dica, foi uma líder religiosa e mística que fundou uma seita messiânica em Goiás, no início do século XX. Ela se autoproclamava "Santa Dica" e liderou um movimento que atraiu seguidores de várias partes do estado, baseando suas pregações em revelações divinas que ela afirmava receber. Santa Dica é uma figura complexa, vista por muitos como uma santa popular, enquanto outros a consideram uma líder carismática com uma forte influência social e espiritual em sua comunidade. Ela também enfrentou perseguição e repressão por parte das autoridades da época.