Na frase “[...] Os sinais de aflição nunca vão parar de pis...
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Ano: 2016
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
EBSERH
Prova:
INSTITUTO AOCP - 2016 - EBSERH - Analista Administrativo - Administração (CH-UFPA) |
Q730951
Português
Texto associado
Zygmunt Bauman: Estamos isolados em rede?
“As relações humanas não são mais espaços de
certeza, tranquilidade e conforto espiritual. Em vez
disso, transformaram-se numa fonte prolífica de
ansiedade. Em lugar de oferecerem o ambicionado
repouso, prometem uma ansiedade perpétua e uma
vida em estado de alerta. Os sinais de aflição nunca
vão parar de piscar, os toques de alarme nunca vão
parar de soar.” - Zygmunt Bauman
Em tempos líquidos, a crise de confiança traz
consequências para os vínculos que são construídos.
Estamos em rede, mas isolados dentro de uma
estrutura que nos protege e, ao mesmo tempo, nos
expõe. É isso mesmo?
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu
livro Medo líquido, diz que estamos fragilizando
nossas relações e, diante disso, nos contatamos
inúmeras vezes, seja qual for a ferramenta digital que
usamos, acreditando que a quantidade vai superar a
qualidade que gostaríamos de ter.
Bauman diz que, nesses tempos líquidos
modernos, os homens precisam e desejam que seus
vínculos sejam mais sólidos e reais. Por que isso
acontece? Seriam as novas redes de relacionamento
que são formadas em espaços digitais que trazem a
noção de aproximação? Talvez sim, afinal a conexão
com a rede, muitas vezes, se dá em momentos de
isolamento real. O sociólogo, então, aponta que,
quanto mais ampla a nossa rede, mais comprimida
ela está no painel do celular. “Preferimos investir
nossas esperanças em ‘redes’ em vez de parcerias,
esperando que em uma rede sempre haja celulares
disponíveis para enviar e receber mensagens de
lealdade”, aponta ele.
E já que as novas sociabilidades, aumentadas
pelas pequenas telas dos dispositivos móveis, nos
impedem de formar fisicamente as redes de parcerias,
Bauman diz que apelamos, então, para a quantidade
de novas mensagens, novas participações, para as
manifestações efusivas nessas redes sociais digitais.
Tornamo-nos, portanto, seres que se sentem seguros
somente se conectados a essas redes. Fora delas
os relacionamentos são frágeis, superficiais, “um
cemitério de esperanças destruídas e expectativas
frustradas”.
A liquidez do mundo moderno esvai-se pela vida,
parece que participa de tudo, mas os habitantes
dessa atual modernidade, na verdade, fogem dos
problemas em vez de enfrentá-los. Quando as
manifestações vão para as ruas, elas chamam a
atenção porque se estranha a formação de redes
de parceria reais. “Para vínculos humanos, a crise
de confiança é má notícia. De clareiras isoladas e
bem protegidas, lugares onde se esperava retirar
(enfim!) a armadura pesada e a máscara rígida que
precisam ser usadas na imensidão do mundo lá fora,
duro e competitivo, as ‘redes’ de vínculos humanos
se transformam em territórios de fronteira em que é
preciso travar, dia após dia, intermináveis conflitos
de reconhecimento.”
(http://www.fronteiras.com/artigos/zygmunt-bauman-estamos-isolados
-em-rede)
Na frase “[...] Os sinais de aflição nunca
vão parar de piscar, os toques de alarme
nunca vão parar de soar. [...]”, os verbos em
destaque estão flexionados no