Considere as seguintes passagens do texto. • [Viu a moça so...
Palavras voam no vento
A pequena Dora adorava dizer coisas feias. Sim, ela tinha aquele terrível hábito de falar bobagens, xingamentos. Certa manhã, antes de sair para o trabalho, sua mãe disse: “Tu sabias que as palavras voam no vento? Se dizes coisas ruins, o mal sai por aí e se multiplica. Mas se dizes coisas belas... o vento faz com que a bondade se espalhe pelo mundo”. A jovenzinha ficou intrigada. Assim que a mãe se foi, decidiu testar a teoria. Encheu o peito e gritou com toda a força: AMOR!!!!...
Uma enorme e fortíssima rajada de vento se fez. Uma borboleta começou a brincar no ar. Dora seguiu o bichinho. Viu quando ele se pôs a dançar ao redor de uma moça. Viu a moça sorrir com a borboleta e começar a dançar como uma bailarina. Seguiu a moça. Viu quando ela, cheia de alegria, mandou beijos para uma andorinha que sobrevoava um jardim. A andorinha, de repente, deu um rasante sobre um canteiro e pegou com seu bico uma delicada flor vermelha. Dora seguiu a andorinha. Viu quando o pássaro deixou a flor cair nas mãos de um rapaz que estava sentando num banco de praça.
O moço, capturado por um imenso contentamento, tomou para si uma folha em branco e escreveu um poema. Dora viu quando o rapaz leu para o vento o poema. E os versos diziam: “Ame, porque o amor significa cantar. Cante, cante, cante. Porque quem canta encanta e sabe melhor amar”. Nossa amiga viu quando uma súbita ventania arrancou o papel da mão do jovem. Dora tentou correr para não perder de vista o escrito. Mas o vento foi mais ágil e o papel se perdeu.
Cansada com toda aquela andança, a menina voltou para casa. Caía a tarde quando sua mãe retornou do trabalho e entregou à filha um presente: um pedaço de papel dobrado em quatro. Disse ela: “Tome, minha filha. É para ti. Eu estava na janela do escritório e o vento me trouxe esse pedaço de papel. Leia... É para ti”. Dora abriu o papel e chorou ao ler o poema que nele estava escrito. Diziam os versos: “Ame, porque o amor significa cantar. Cante, cante, cante. Porque quem canta encanta e sabe melhor amar”.
(Carlos Correia Santos, http://www.amapadigital.net. Adaptado)
Considere as seguintes passagens do texto.
• [Viu a moça sorrir] com a borboleta e começar a dançar como uma bailarina.
• Viu quando ela, cheia de alegria, mandou beijos para uma andorinha [que sobrevoava um jardim].
• Caía a tarde quando sua mãe retornou do trabalho e [entregou à filha um presente]...
Assinale a alternativa que apresenta os trechos entre colchetes correta e respectivamente reescritos, com as expressões em negrito substituídas por pronomes, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa no que se refere ao uso e à colocação pronominal.
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GABARITO: LETRA B
? Vou marcar um erro somente, o suficiente para acertamos a questão:
A) Viu-lhe sorrir ... que sobrevoava-lhe ... entregou-lhe um presente ? viu alguma coisa (a moça), temos um verbo transitivo direto, logo não poderia ser usado o pronome "lhe", pois equivale a um complemento indireto.
B) Viu-a sorrir ... que o sobrevoava ... entregou-lhe um presente ? correto, viu alguma coisa (a/ moça); sobrevoava alguma coisa (o/ o jardim); entregou algo (um presente) a alguém (à filha/lhe ? complemento indireto).
C) A viu sorrir ... que sobrevoava-o ... entregou-lhe um presente ? Não começamos orações com o pronome, o correto seria: Viu-a
D) Lhe viu sorrir ... que sobrevoava-lhe ... entregou-a um presente
E) Viu-a sorrir ... que lhe sobrevoava ... entregou-a um presente ? sobrevoava alguma coisa (o jardim), verbo transitivo direto, logo o pronome "lhe" não poderia ser usado, visto que equivale a um complemento indireto.
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FORÇA, GUERREIROS(AS)!! Estuda o passado se queres prognosticar o futuro.
Três coisas que vc precisa saber para matar a questão:
1) LHE: refere-se sempre a OI, logo, precisamos de um verbo que rege preposição. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se, nos, vos
O verbo entregar e bitransitivo, pois quem estrega, entrega algo a alguém.
2)Não iniciamos frases com pronomes pessoais (me, lhe, se, etc)
3)o que é atrator de próclise, logo, o pronome deve ser colocado antes do verbo.
Assertiva b
Viu-a sorrir ... que o sobrevoava ... entregou-lhe um presente
a expressão 'o que' atrai o pronome.
A) Viu-lhe sorrir ... que sobrevoava-lhe ... entregou-lhe um presente ERRADO
a.1) O verbo "ver" é transitivo direto (quem vê, vê algo), logo, pede complemento verbal por objeto direto, o qual pode ser: me, te, se, o, A, os, as, nos, vos. O pronome oblíquo atono "LHE", por sua vez, funciona somente como objeto indireto, portanto, não pode ser usado para o verbo "ver". Como o verbo "ver" se refere "A MOÇA", o pronome oblíquo átono correto seria seria "A".
a.2) Por fim, a posição do pronome oblíquo átono em relação ao verbo está correta, pois quando a oração inicia com verbo utilizamos a ênclise (o pronome vem depois do verbo): Viu a moça -> Viu-a.
a.3) Sobrevoar é um verbo transitivo direto ("sobrevoar algo", e não sobrevoar sobre algo), logo, não cabe o pronome "LHE" (que funciona com objeto indireto), mas sim o pronome "O" (que funciona como objeto direto): que sobrevoava o jardim -> que o sobrevoava.
a.4) Quanto a posição do pronome oblíquo átono em relação ao verbo, também está errado por se tratar na verdade de regra de próclise (em que o pronome vem antes do verbo), em razão de haver a palavra atrativa "QUE" (a qual funciona como pronome relativo): "a andorinha sobrevoava o jardim" -> "que o sobrevoava").
B) Viu-a sorrir ... que o sobrevoava ... entregou-lhe um presente CORRETO
C) A viu sorrir ... que sobrevoava-o ... entregou-lhe um presente ERRADO
A viu sorrir (errado conforme item a.2); sobrevoava-o (errado conforme item a.4); entregou-lhe (correto conforme item d.1 e d.2)
D) Lhe viu sorrir ... que sobrevoava-lhe ... entregou-a um presente ERRADO
Lhe viu sorrir (errado conforme item a.1 e a.2); sobrevoava-lhe (errado conforme item a.3 e a.4)
d.1) "Entregou-a um presente" está errado porque entregar se trata de verbo transitivo indireto (quem entrega, entrega a alguém -> a filha entregou a (a) mãe), portanto, pede complemento verbo por objeto indireto, que pode ser: me, te, se, LHE, nos, vos, LHES. O pronome oblíquo átono correto a ser usado era LHE (lhe = ela)
d.2) Quanto a posição do pronome oblíquo átono, está correta, pois oração coordenada sindética (iniciada por conjunção coordenada) usa-se a regra da ênclise (pronome vem depois do verbo): e entregou-lhe
E) Viu-a sorrir ... que lhe sobrevoava ... entregou-a um presente ERRADO
Viu-a (correto), lhe (errado conforme item a.3), entregou-a (errado conforme item d.1)
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