Relativamente aos termos destacados e numerados no texto dad...
TEXTO 11
O trecho a seguir é um fragmento de MARCHA CONTRA O SABER: O golpe militar de 1964 e o AI-5 na Universidade de São Paulo, de Carlos Giannazi.
“As discussões na Congregação sobre o encarceramento arbitrário do professor Mário Shenberg.
A reunião de 27 de maio de 1964 foi o preciso momento em que a discussão da Congregação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, ao lado dos assuntos administrativos e acadêmicos, atingisse um caráter político mais determinado. Esse fato decorreu da manifestação do professor Florestan Fernandes, que (1) censurou a instituição por não haver demonstrado publicamente sua solidariedade ao professor Mario Shenberg, que (2) havia sido recentemente encarcerado pela polícia política. Recordou então o professor que a tomada dessa atitude seria “uma prova do zelo que temos pela autonomia universitária, pois é do maior interesse defender-se as condições mínimas para a nossa liberdade de pensamento. (...)
Concordando com Florestan Fernandes, manifestou-se o professor Lívio Teixeira, que entendeu
que ‘a Faculdade e a Universidade deveriam assumir uma atitude mais combativa com relação ao
expurgo de professores, ocasionado pela atual situação política’. Assim, era de opinião que ‘a Universidade deve defender a sua liberdade de pensamento
e sofrer por ela’ ”.