A obra denominada Ética (ou: Ética demonstrada à maneira dos...

Alternativa Correta: C - Os afetos não se deixam guiar por uma ideia ou uma vontade, a razão não lhes é superior e nem cabe a ela controlá-los.

Na obra Ética de Baruch Espinosa, a relação entre razão e sentimentos é um tema central. Espinosa analisa os sentimentos, ou afetos, dentro de uma perspectiva que se afasta das interpretações tradicionais da época. Ele propõe que os afetos, embora possam ser influenciados pelo nosso entendimento, não são completamente governados pela razão. Assim, a razão não tem controle absoluto sobre os afetos, nem é superior a eles. Essa visão apresenta uma abordagem inovadora dentro da filosofia moderna em relação à natureza dos sentimentos humanos.

Justificativa da Alternativa Correta: A alternativa C reflete precisamente a visão de Espinosa de que a razão não é superior aos sentimentos e que eles não podem ser simplesmente controlados pela vontade. Esta ideia se alinha com o conceito espinosano de que os afetos são uma parte integral e incontrolável da experiência humana.

Análise das Alternativas Incorretas:

Alternativa A: Esta afirmação está incorreta no contexto da filosofia espinosana. Espinosa não considera os sentimentos como não constitutivos da alma. Na verdade, ele vê os afetos como essências humanas que participam tanto do corpo quanto da mente.

Alternativa B: Esta alternativa está errada porque Espinosa não advoga pela completa rejeição dos sentimentos em prol de uma vida puramente racional. Ele reconhece a presença inevitável dos afetos e sugere que o caminho ético envolve entender e lidar com eles, não eliminá-los.

Alternativa D: Embora Espinosa reconheça os perigos dos afetos descontrolados, ele não os classifica como o principal vício responsável pela servidão humana. Em vez disso, ele explora como a compreensão dos afetos pode levar à liberdade e ao conhecimento verdadeiro.

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Em sua Ética, Espinosa afirma que os afetos são forças naturais e inevitáveis, que não podem ser simplesmente controlados ou suprimidos pela razão ou pela vontade. No entanto, eles podem ser compreendidos pela razão, o que possibilita transformá-los e canalizá-los de modo a promover o aumento do poder de agir (conatus). A razão, portanto, não é superior aos afetos, mas pode auxiliá-los a se manifestar de maneira mais proveitosa, em harmonia com a natureza humana.