A conjunção presente na frase “A sociedade é desigual porqu...

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Q2007178 Português
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   As instituições sociedades se configuram em padrões econômicos, culturais e ético-políticos. Esses padrões são correlatos de uma ordem historicamente construída. A ordem social pode ser chamada de “autogerada” somente no sentido em que ela resulta da atividade dos seres humanos, que são seres sociais, não sendo, portanto, definida por um ser supremo fora de nosso mundo, nem muito menos resultante meramente de nossas tendências biológicas, tais como se verificaria numa colmeia ou num formigueiro. A ordem social é autogerada coletivamente a partir da produção e reprodução coletiva da existência humana. Essa empreita, transformando-se constantemente de acordo com as reconfigurações da correlação de forças econômicas e ético-políticas, possui uma dimensão histórica radical, pois tudo está em um processo, em um “devir” contínuo. A história não dá saltos, nada acontece sem ter sido preparado, sem que condições específicas não tivessem possibilitado o advento do novo. A ordem social é construída historicamente e só é criticamente compreensível segundo a configuração das forças sociais em dado momento, o que pode ser investigado a partir da pergunta sobre a quem ela serve. Essas forças expressam o entrelaçamento das relações de poder econômico, político, técnico-científico, comunicativo e bélico.
   Devido ao caráter instável da configuração e constituição social, nenhuma ordem, padrão de reconhecimento entre as pessoas, em relação ao qual se estabelece o que cabe a cada uma fazer, ceder, oferecer e receber, deve ser entendida fora do processo contraditório de destruição e criação de padrões, da desordem que lhe é correlata, das ações que não se enquadram nos padrões de reconhecimento estabelecidos num determinado momento, mas que os tornam relativos. 
   O poder público tem-se definido como esquema de constrangimento, capacidade de definir prioridades para a coletividade, controle dos meios de produção e reprodução da existência social e dos meios de persuasão e de repressão. A sociedade é desigual porque a partilha do poder econômico gera diferenças históricas definidas pela divisão social do trabalho e da propriedade. Assim, a desigualdade de poder de consumo é apenas a ponta do iceberg da configuração das forças sociais, do processo histórico segundo o qual uma sociedade se constitui. A ordem expressa nas leis constitucionais que modulam juridicamente uma sociedade reflete e justifica a configuração de forças históricas, que define como os frutos da cooperação social são diferentemente apropriados.

SILVA, S. R. Ética pública e formação humana. Educ. Soc., Campinas, vol. 27, n. 96 - Especial, p. 645-665, out. 2006. p. 648-649. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br (com adaptações).
A conjunção presente na frase “A sociedade é desigual porque a partilha do poder econômico gera diferenças históricas definidas pela divisão social do trabalho e da propriedade” estabelece entre as orações que liga uma relação semântica de:
Alternativas

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A alternativa correta é a B - Causalidade.

Vamos entender melhor essa questão. A frase em análise é: “A sociedade é desigual porque a partilha do poder econômico gera diferenças históricas definidas pela divisão social do trabalho e da propriedade.”

A conjunção “porque” é uma conjunção subordinativa causal. Isso significa que ela introduz uma oração que explica a razão ou o motivo de algo, ou seja, estabelece uma relação de causa e efeito.

No caso da frase apresentada, a desigualdade na sociedade (consequência) é explicada pela partilha do poder econômico que gera diferenças históricas (causa). Portanto, a conjunção "porque" está claramente estabelecendo uma relação de causalidade.

Vamos agora analisar as alternativas incorretas:

A - Finalidade: A relação de finalidade indica um objetivo ou propósito, geralmente introduzido por conjunções como "para", "a fim de que". Por exemplo: "Estudamos para passar no concurso". Não é o caso da frase em questão, que explica o motivo, e não o objetivo.

C - Condicionalidade: A relação de condicionalidade apresenta uma condição para que algo ocorra, geralmente introduzida por conjunções como "se", "caso", "desde que". Por exemplo: "Se estudar, passará no concurso". Novamente, não se aplica à frase, que está explicando um motivo, não estabelecendo uma condição.

D - Proporcionalidade: A relação de proporcionalidade indica que duas coisas variam de maneira proporcional, geralmente introduzida por conjunções como "à medida que", "quanto mais". Por exemplo: "Quanto mais estudar, mais chances terá de passar". A frase em análise não estabelece essa relação proporcional.

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Comentários

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A CAUSA da sociedade ser desigual é "a partilha do poder econômico gera diferenças históricas definidas pela divisão social do trabalho e da propriedade”, e a conjunção PORQUE (pois) deixa isso explícito.

Porque é conjunção explicativa ou causal.

Como não temos a alternativa "explicação", então vamos de causa.


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Gab.: B

A partilha do poder econômico gerar diferenças [...], é a CAUSA de a sociedade ser desigual.

O fato de a partilha do poder econômico gerar diferenças, faz com que a sociedade seja desigual

Eu acertei, mas tem duas conjunções ali na frase não?


A sociedade é desigual porque a partilha do poder econômico gera diferenças históricas definidas pela divisão social do trabalho e da propriedade.


A questão não especificou qual...

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