A pontuação do trecho adaptado do texto IV está totalmente ...

Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Q2007212 Português
TEXTO IV
O poder do jornalismo contra as fake news

O jornalismo sério passa a reforçar seu papel e sua importância na sociedade como fonte segura para ficar a par do que acontece pelo mundo
Luciana Sálvaro*

     As gafes se acumulam e já são cometidas por diversas personalidades, que compartilham em suas mídias sociais as famosas fake news – notícias fantasiosas que enganam por seu caráter de veracidade e construção realizada conforme padrões jornalísticos –, impactando milhares de pessoas. Algumas dessas notícias destoam por seu aspecto absurdo, listando fatos quase impossíveis de serem reais. Outras fantasiam sobre o cenário atual para causar reações, seja estranhamento e potencial  revolta, ou ainda comoção, tristeza e empatia. Em qualquer uma dessas formas, elas são uma versão reformulada da verdade, uma contravenção do papel do jornalismo, que busca, acima de tudo, representar o real.
     As mídias sociais viralizam o conteúdo. Sem fazer uma segunda checagem, os usuários apertam sem cerimônia o botão “compartilhar”, fazendo com que informações inverídicas tenham o poder de percorrer estados, países e continentes. Num ambiente em que o debate sobre o que é importante poderia ser ampliado, ele passa a ser distorcido. Uma versão moderna do uso da mídia para vigiar o meio, se utilizarmos como base as antigas teorias da comunicação.
     Isso porque se, no início da utilização da internet as fake news que mais chamavam atenção eram as dezenas de lamentações sobre a morte de artistas que se encontravam vivos, hoje elas têm impactado discussões muito mais importantes, como aconteceu com as eleições dos Estados Unidos e o Brexit (processo de saída do Reino Unido da União Europeia).
     Em ano de eleições no Brasil, cujo cenário comove o público por seu ineditismo, espera-se que as fake news sejam recursos utilizados como massa de manobra para conquistar votos e propagar opiniões com bases infundadas. A previsão é de que sites “duvidosos” publiquem informações que, depois, serão distribuídas pelo Facebook, Twitter e WhatsApp, como estratégia de manipulação para servir a certos interesses políticos e econômicos.
     O Senado já se atentou a isso e propôs um projeto de lei que pretende punir com até três anos de detenção aqueles que fizerem a divulgação das fake news. Pode ser um começo, mas em um país no qual a impunidade e a injustiça parecem parte de seu DNA, não se sabe até que ponto o perigo de reclusão será uma barreira para esses atos. Entretanto, o que poucos lembram é que a prática tem um oponente tão semelhante em aspecto, mas tão diferente em sua dinâmica: o jornalismo de verdade.
     Hoje, também disponíveis em sua maioria pela internet, os jornais e os portais noticiosos são os grandes combatentes das fake news. Isso se inicia pela própria característica do negócio, que é relatar o que acontece no mundo, de forma ética e imparcial. Se antes a quantidade de fatos e temas era restrita pelo espaço físico disponível, quando o jornalista vivia a mercê do tamanho de laudas para contar as histórias, agora é possível escrever sobre praticamente tudo no ambiente digital. Essa dinâmica pode ter alterado muito a forma de noticiar, mas não afetou de maneira alguma a essência da comunicação, que é trazer um apanhado do que acontece de verdade no mundo.
     Teorias da comunicação, formas objetivas de comunicar, importância da ética e de mostrar múltiplas visões sobre o mesmo tema: durante o ensino superior, o jornalista é munido com informações para uma prática que entenda como o seu papel é importante para a sociedade como um todo. Além disso, ele recebe instruções para entender como o trabalho mal realizado pode ter consequências catastróficas. Matérias sensacionalistas, mal apuradas e tendenciosas são apenas alguns desses exemplos.
     Nesse cenário, os meios de comunicação profissionais despontam como o refúgio para visualizar se o que está circulando nas mídias sociais é verdadeiro. Pautados em princípios como a checagem das informações, eles voltaram a ser reconhecidos como fontes críveis para entender a realidade. Conforme pesquisa realizada pelas universidades de Darthmouth, Princeton e Exeter, apesar de um em cada quatro americanos terem tido contato com alguma forma de fake news durante as últimas eleições presidenciais, os eleitores também continuavam se informando com frequência pelos veículos de imprensa. Ou seja, o jornalismo sério passa a reforçar seu papel e sua importância na sociedade como fonte segura para ficar a par do que acontece pelo mundo.
     A guerra contra as fake news ainda está no começo, principalmente quando o termo é utilizado por muita gente quando algo que afronta suas convicções é publicado – mesmo que seja verdade. Google e Facebook já estão nessa batalha, trabalhando com códigos que penalizam esse tipo de conteúdo. Entretanto, o jornalismo será uma arma imprescindível nesse processo, atuando com responsabilidade para que atinja seus grandes objetivos: informar e levar seu público a raciocinar sobre os eventos, criando suas próprias percepções sobre a realidade. Tendo como base um único ingrediente: a verdade.

(*) Luciana Sálvaro é jornalista e assessora de imprensa da Central Press. Texto retirado de:
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/o-poder-dojornalismo-contra-as-fake-news-9z7mypbxd0hpyqpqfhgkytgx3> 
Acessado em 18 de mai. 2018 (com adaptações).
A pontuação do trecho adaptado do texto IV está totalmente CORRETA somente no item: 
Alternativas

Gabarito comentado

Confira o gabarito comentado por um dos nossos professores

Alternativa correta: C

Vamos analisar a questão, que exige um conhecimento aprofundado de pontuação e a capacidade de identificar o uso correto de vírgulas, travessões e ponto e vírgula.

A alternativa correta é a C. Vamos entender o porquê:

Alternativa C: Se antes a quantidade de fatos e temas era restrita pelo espaço físico disponível – quando o jornalista vivia à mercê do tamanho de laudas para contar as histórias – agora é possível escrever sobre praticamente tudo no ambiente digital.

Nesta alternativa, os travessões são usados adequadamente para isolar a oração explicativa "quando o jornalista vivia à mercê do tamanho de laudas para contar as histórias". Os travessões atuam como parênteses, indicando uma informação adicional que pode ser retirada sem comprometer o sentido principal da frase. Além disso, a vírgula antes de "agora" está correta, separando as duas partes da oração condicional.

Vamos agora analisar as alternativas incorretas para entender os erros:

Alternativa A: Se antes, a quantidade de fatos e temas era restrita pelo espaço físico disponível, quando o jornalista vivia à mercê do tamanho de laudas, para contar as histórias; agora é possível escrever sobre praticamente tudo no ambiente digital.

Nesta alternativa, a vírgula após "Se antes" está fora de lugar, pois não é necessária. Além disso, a vírgula antes de "para contar as histórias" está incorreta, pois separa indevidamente o complemento verbal. O uso do ponto e vírgula antes de "agora" é inadequado, pois a oração “quando o jornalista vivia à mercê do tamanho de laudas para contar as histórias” é explicativa e não exige uma separação tão forte.

Alternativa B: Se antes a quantidade de fatos e temas era restrita pelo espaço físico disponível; quando o jornalista vivia à mercê do tamanho de laudas para contar as histórias, agora é possível, escrever sobre praticamente tudo no ambiente digital.

Aqui, o ponto e vírgula após "disponível" é inadequado, pois separa duas orações que estão diretamente conectadas. A vírgula antes de "escrever" também está incorreta, pois separa o verbo do complemento.

Alternativa D: Se antes a quantidade, de fatos e temas, era restrita pelo espaço físico disponível, quando o jornalista vivia à mercê do tamanho de laudas para contar as histórias: agora é possível escrever sobre praticamente tudo no ambiente digital.

As vírgulas isolando "de fatos e temas" estão mal colocadas, pois não há necessidade de separar esses termos. Além disso, o uso dos dois pontos antes de "agora" é inadequado, pois a estrutura da frase não justifica essa pontuação.

Portanto, a alternativa C é a que apresenta a pontuação correta e adequada para o contexto da frase. A escolha correta do uso de travessões e vírgulas garante a clareza e a coesão do texto.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Clique para visualizar este gabarito

Visualize o gabarito desta questão clicando no botão abaixo

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

A

Se antes, a quantidade de fatos e temas era restrita pelo espaço físico disponível, ....

B

Se antes a quantidade de fatos e temas era restrita pelo espaço físico disponível; quando o jornalista vivia à mercê do tamanho de laudas para contar as histórias, agora é possível, escrever sob...

C

Se antes a quantidade de fatos e temas era restrita pelo espaço físico disponível – quando o jornalista vivia à mercê do tamanho de laudas para contar as histórias –, agora é possível escrever sobre praticamente tudo no ambiente digital.

D

Se antes a quantidade, de fatos....

"Assim como ocorre com parênteses, não se utiliza vírgula antes do travessão, embora seja permitido utilizá-la após o segundo travessão, caso a vírgula seja necessária para a oração."

GABARITO LETRA C

http://funag.gov.br/manual/index.php?title=Meia-risca/Travess%C3%A3o#:~:text=Assim%20como%20ocorre%20com%20par%C3%AAnteses,regras%20de%20pontua%C3%A7%C3%A3o%20s%C3%A3o%20claras.

Não sabia que podia vírgula depois de travessão.

ela imitou a idecan nessa questão, IDECAN ama cobrar esse tipo de questão e eu só acertei por isso. GAB: C

Clique para visualizar este comentário

Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo