Sobre a verdade em Tomás de Aquino, considerando as proposi...
Leia o trecho abaixo para responder à questão seguinte:
“E assim como uma coisa é dita verdadeira por comparação com a sua medida, assim também o sentido ou o intelecto cuja a medida é a coisa fora da alma. Donde, o sentido ser dito verdadeiro quando, pela sua forma, conforma-se à coisa existente fora da alma. E assim, entende-se que o sentido acerca do sensível próprio é verdadeiro. E também deste modo o intelecto que apreende aquilo-que-algo-é sem composição e divisão, sempre é verdadeiro como é dito no livro III Sobre a alma.”
(AQUINO, Tomás de. Exposição sobre o Perihermeneias. Livro I,
cap. 3. In AQUINO, 1999 pp. 89-90. - Comentário ao Tratado
da Trindade de Boécio).
I. A verdade se dá unicamente no intelecto, visto que “o que é”, estando fora da mente, não pode ser dito verdadeiro. II. A verdade se dá mais propriamente no intelecto, no juízo, mas todo ente é verdadeiro enquanto é. III. O fundamento da verdade é o ente, não o intelecto. IV. O fundamento da verdade é o intelecto, o juízo, ainda que o termo da verdade seja o “que é”.
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Alternativa Correta: D - I e IV apenas
Vamos analisar a questão sobre a verdade em Tomás de Aquino, que é um tema fascinante na filosofia medieval. Tomás de Aquino, influenciado por Aristóteles, desenvolveu uma concepção da verdade que está intimamente ligada à relação entre o intelecto e o ente, ou seja, "aquilo que é".
Na discussão sobre a verdade, Tomás de Aquino destaca a importância do intelecto e do ente, trazendo à tona o conceito de que algo é considerado verdadeiro se o intelecto se conforma à realidade externa. Vamos agora ver cada uma das proposições para justificar por que a alternativa D é a correta.
I. A verdade se dá unicamente no intelecto, visto que “o que é”, estando fora da mente, não pode ser dito verdadeiro.
Esta proposição está incorreta segundo Tomás de Aquino. Para ele, a verdade está, sim, no intelecto por meio do juízo, mas ele também reconhece que o ente, ou "aquilo que é", possui verdade em si mesmo. Assim, limitar a verdade apenas ao intelecto não é preciso.
II. A verdade se dá mais propriamente no intelecto, no juízo, mas todo ente é verdadeiro enquanto é.
Esta proposição está correta. Tomás de Aquino afirma que a verdade é primariamente uma função do intelecto, particularmente no juízo. No entanto, ele também diz que os entes são verdadeiros na medida em que existem, alinhando-se com o conceito aristotélico de que o ser é verdadeiro.
III. O fundamento da verdade é o ente, não o intelecto.
Esta proposição está correta. Tomás de Aquino afirma que o ente é o fundamento da verdade, pois é nas coisas que a verdade se baseia. O intelecto descobre a verdade ao se conformar à realidade externa.
IV. O fundamento da verdade é o intelecto, o juízo, ainda que o termo da verdade seja o “que é”.
Esta proposição está incorreta no contexto de Tomás de Aquino. Embora o intelecto desempenhe um papel crucial na apreensão da verdade, Tomás de Aquino coloca o ente como o fundamento da verdade, enquanto o intelecto é onde a verdade é percebida.
Portanto, a alternativa D - I e IV apenas é a correta, pois ambas as proposições I e IV contêm afirmações que não correspondem à concepção de Tomás de Aquino sobre a verdade.
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