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Q1163911 Português

A batalha contra a agenda do medo


      A percepção de que algo ruim pode acontecer causa nos seres humanos um estado de alerta conhecido como medo. O medo é causado por um processo crescente de ansiedade e não é difícil perceber a enorme inquietação que vive boa parte da população mundial. Ansiedade em função das incertezas que as transformações no mundo da tecnologia e do trabalho vem incitando. Infelizmente, estamos diante de um ambiente perfeito para a imposição da agenda do medo.

      No mundo das percepções e das versões, a Amazônia está em chamas, as águas estão contaminadas por resíduos químicos de toda a natureza, a biodiversidade está ameaçada, os alimentos estão contaminados. Produtores agrícolas são pessoas malignas que destroem a natureza, poluem as águas, desalojam comunidades indígenas. Os animais, que fornecem proteína para a existência humana há centenas de milhares de anos, não devem mais ser abatidos porque “sofrem”. A antropomorfia se impõe sobre a racionalidade. E a carne faz mal às pessoas – alguns dizem que é carcinogênica. Campanhas contra a eficácia de vacinas levam a índices inéditos de aumento de doenças que não deveriam mais existir. A inteligência artificial também viria para eliminar o trabalho de milhões de pessoas, que ficariam, assim, excluídas do sistema. O planeta precisa ser “salvo”.

      Proliferam por todo mundo ONGs, institutos, fundos e entidades que se apresentam como os monopolistas das virtudes. Afinal de contas o que pode ser mais nobre do que contribuir para “salvar o planeta”? Quem pode ser contra a defesa de um “alimento saudável”? Alguém pode estar interessado em não reduzir a pobreza? Os monopolistas das virtudes construíram imensas máquinas burocráticas com orçamentos bilionários para viajar o mundo, realizar conferências, seminários, publicar artigos e livros, produzir filmes de grande impacto visual. Executivos de tais organizações frequentam as mais sofisticadas redes políticas do mundo. Estudaram nas melhores escolas norte-americanas e europeias. Entopem as burocracias de organizações internacionais e nacionais. Vivem bem, mas dependem visceralmente de uma agenda apenas: a do medo.

      A sociedade livre das corporações quer desafiá-los. Pede a arbitragem da ciência, a única prática humana capaz de enfrentar as percepções, as versões, os dogmatismos, e o oportunismo corporativo dos salvadores do planeta. A ciência, que já foi e deveria continuar sendo a base de todo o processo de desenvolvimento civilizatório, está em baixa. Hoje, infelizmente, muitas pessoas desconfiam da ciência. Se tudo é ciência, nada é ciência. É notável que em uma era em que tantos seres humanos têm acesso a tantas informações, nunca tantas pessoas estiveram tão desinformadas e convencidas de insanidades. É como se na era da informação estivéssemos vivendo a desinformação das trevas medievais.

      Não há saída para o desenvolvimento pleno da humanidade e da liberdade que não seja pela agenda da inovação. A ciência, entendida de forma simples como o conhecimento aprofundado de algo, o conhecimento sistematizado, formulado metodicamente e racionalmente, é que deve se impor sobre o princípio da precaução, do sentimento de ansiedade e medo. A ciência, praticada de maneira ética, abre os caminhos da prosperidade. O que a ciência demonstra hoje é que há sim incêndios na Amazônia, mas nada que não seja diferente do que já aconteceu em outros anos com medição técnica idêntica. As águas do mundo não estão contaminadas, embora haja sim locais problemáticos mundo afora. O mesmo vale para a biodiversidade e para as mudanças climáticas que, apesar de serem uma realidade, não significam que a humanidade está condenada ou que o planeta corre riscos.

      Quando a agenda é a produção de alimentos, a questão é ainda mais cristalina. Não existe nenhum estudo científico que comprove a relação entre defensivos agrícolas e alterações na saúde de populações. Não existe caso científico que, comprovadamente, relacione o uso adequado de defensivos com a morte de produtores ou trabalhadores no campo. Também não existe relação entre efetividade de um defensivo agrícola biológico ou não biológico. Todos seguem os mesmos critérios rígidos de análise regulatória para evitar efeito sobre a saúde humana e no meio ambiente. Não existe nenhum perigo associado ao desenvolvimento de sementes transgênicas a saúde humana e animal. Não existe perigo nenhum ao se utilizar a biotecnologia para aumentar a produtividade na produção de alimentos. E que fique claro para aqueles que vivem da agenda do medo: o alimento produzido no Brasil e no mundo é saudável, os índices de resíduos químicos são exaustiva e cientificamente estudados e não há alimentos atualmente, seja grãos ou proteína animal, que carreguem índices de resíduos que afetem a saúde humana. E imaginemos que, por alguma razão, isso aconteça, há suficientes instrumentos de análise que permitem que esse alimento não chegue ao consumo. O que existe e faz parte de qualquer processo responsável que envolva a saúde humana é o compromisso para que todas as ofertas tecnológicas disponíveis para a produção de alimentos sejam utilizadas de forma correta, assim como se faz com medicamentos. Quem utiliza insumos para a produção de alimentos tem que conhecer o produto ou a tecnologia que está utilizando. E isso é sim uma responsabilidade de todos.

      Qualquer sociedade deseja desenvolvimento e prosperidade. A agenda do medo trabalha no sentido inverso. Ao ignorar o que a ciência já demonstrou de forma cabal, as corporações que defendem a agenda do medo prestam desserviço as populações. Impedem que novas tecnologias sejam desenvolvidas, impedem que mais gente tenha acesso a alimento barato e saudável, impedem o comércio internacional dos mais pobres e contribuem para promover a demagogia e o obscurantismo. Tudo para manter seus privilégios. Não passarão. A agenda da inovação é tão avassaladora que não haverá sociedade que dela não se beneficiará.

(LOHBAUER, Christian. A batalha contra a agenda do medo. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/a-batalha-contra-a-agenda-do-medo/. Acesso em: 06/11/2019.)

As palavras destacadas na oração “Infelizmente, estamos diante de um ambiente perfeito para a imposição da agenda do medo.” (1º§) são classificadas, respectivamente, como: 
Alternativas

Gabarito comentado

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Alternativa correta: B - Locução prepositiva; artigo; adjetivo; e, preposição.

Vamos entender o porquê desta alternativa ser a correta e analisar as demais alternativas.

**Locução prepositiva**: A expressão "diante de" é uma locução prepositiva, ou seja, um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, funcionam como uma preposição. Neste caso, "diante" (substantivo) + "de" (preposição) formam a locução prepositiva.

**Artigo**: A palavra "um" é um artigo indefinido, utilizado para individualizar o substantivo de forma geral e indeterminada.

**Adjetivo**: A palavra "perfeito" é um adjetivo, pois qualifica o substantivo "ambiente". Ele atribui uma característica ao substantivo.

**Preposição**: A palavra "para" é uma preposição, pois estabelece uma relação entre dois termos da oração, indicando a finalidade.

Agora, vamos analisar por que as outras alternativas estão incorretas:

A - Locução adverbial; artigo; adjetivo; e, preposição.

Neste caso, a primeira classificação está incorreta. "Diante de" não é uma locução adverbial, mas sim uma locução prepositiva. Portanto, essa alternativa está incorreta.

C - Locução adverbial; numeral; advérbio; e, conjunção.

Além do erro na primeira classificação, "um" não é um numeral, mas sim um artigo. E "perfeito" e "para" são adjetivo e preposição, respectivamente, e não advérbio e conjunção. Portanto, essa alternativa possui múltiplos erros.

D - Locução prepositiva; numeral; advérbio; e, conjunção.

Aqui, temos um erro na segunda classificação. "Um" não é um numeral, mas sim um artigo. Além disso, "perfeito" é um adjetivo, não um advérbio, e "para" é uma preposição, não uma conjunção. Portanto, essa alternativa também está incorreta.

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Comentários

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GABARITO: LETRA B

“Infelizmente, estamos diante de (locução prepositiva, conjunto de duas ou mais palavras que atuam como uma preposição) um (artigo indefinido) ambiente perfeito (adjetivo, qualifica o substantivo "ambiente") para (preposição, lembrando que a conjunção subordinativa final é "para que") a imposição da agenda do medo.” (1º§) 

☛ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

Gab B

A diferença entre locução adjetiva e locução adverbial é:

locução adjetiva = o último vocábulo é SEMPRE uma preposição

locução adverbial = o último vocábulo é NUNCA uma preposição

Seguem algumas locuções prepositivas:

abaixo de

a fim de

antes de

diante de

de encontro

acima de

diante a

em vez de

ao invés de

junto com

Erros? me avisem.

Bons estudos!

A questão trata de classificação morfológica, ou seja, de classe gramatical. Analisemos o fragmento textual:

"Infelizmente, estamos diante de um ambiente perfeito para a imposição da agenda do medo.”

Diante de → Locução prepositiva. Veja que possui idêntico valor ao da locução "perante";

Um → Artigo indefinido cujo escopo é indeterminar um substantivo;

Perfeito → Adjetivo a que se recorreu para caracterizar o substantivo "ambiente";

Para → Preposição cujo sentido é o de "fim", "finalidade".

a) Locução adverbial; artigo; adjetivo; e, preposição.

Incorreto. A classificação de "diante de" não está correta. Trata-se de uma locução prepositiva;

b) Locução prepositiva; artigo; adjetivo; e, preposição.

Correto. Está correta e ordenada a classificação das palavras em destaque no enunciado;

c) Locução adverbial; numeral; advérbio; e, conjunção.

Incorreto. As classificações de "diante de", "um", "perfeito" e "para" estão incorretas. Respectivamente são locução prepositiva, artigo, adjetivo e preposição;

d) Locução prepositiva; numeral; advérbio; e, conjunção.

Incorreto. As classificações de "um", "perfeito" e "para" estão incorretas. Respectivamente são artigo, adjetivo e preposição.

Letra B

Dicas para resolução do exercício:

diante de um ambiente perfeito para a imposição da agenda do medo.” (1º§) são classificadas, respectivamente, como:

I) para reconhecer um locução propositiva, olhe para o último termo..ele sempre é uma preposição (diante de)

II ) para reconhecer um adjetivo coloque um (tão) antes do termo. Se fizer sentido = adjetivo.

Ambiente (tão ) perfeito.

SUCESSO, bons estudos não desista!

Arthur Carvalho, Sr Shelking e Matheus Oliveira, obrigado pelos comentários.

Sempre comentando com muita propriedade e clareza, além disso um comentário soma com o outro...

Obg guerreiros! Que os srs sejam grandemente recompensados !!!

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