Leia o seguinte texto: O idioma, vivo ou morto? O g...
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Ano: 2019
Banca:
GUALIMP
Órgão:
Prefeitura de Vila Valério - ES
Prova:
GUALIMP - 2019 - Prefeitura de Vila Valério - ES - Professor - Português |
Q1251023
Português
Leia o seguinte texto:
O idioma, vivo ou morto?
O grande problema da língua pátria é que ela é viva e se renova a cada dia. Problema não para a própria língua, mas para os puristas, aqueles que fiscalizam o uso e o desuso do idioma. Quando Chico Buarque de Hollanda criou na letra de "Pedro Pedreiro" o neologismo "penseiro", teve gente que chiou. Afinal, que palavra é essa? Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova palavra no seu dicionário. Isso mostra o vigor da língua portuguesa. Nas próximas edições dos melhores dicionários, não duvidem: provavelmente virá pelo menos uma definição para a expressão "segura o tcham". Enfim, as gírias e expressões populares, por mais erradas ou absurdas que possam parecer, ajudam a manter a atualidade dos idiomas que se prezam. O papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais aos poetas e ao povo do que propriamente aos gramáticos e dicionaristas de plantão. Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores. Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma diferença entre o "erro" propriamente dito e a renovação. O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua. Pena que o Brasil seja um país de analfabetos. E deve-se entender como tal não apenas aqueles 60 milhões de "desletrados" que o censo identifica, mas também aqueles que, mesmo sabendo o abecedário, raramente fazem uso desse conhecimento. Por isso, é comum ver nas placas a expressão "vende-se à praso", em vez de "vende-se a prazo"; ou "meio-dia e meio", em vez de − como é mesmo? O português de Portugal nunca será como o nosso. No Brasil, o idioma foi enriquecido por expressões de origem indígena e pelas contribuições dos negros, europeus e orientais que para cá vieram. Mesmo que documentalmente se utilize a mesma língua, no dia a dia o idioma falado aqui nunca será completamente igual ao que se fala em Angola ou Macau, por exemplo. Voltando à questão inicial, não é só o cidadão comum que atenta contra a língua pátria. Os intelectuais também o fazem, por querer ou por mera ignorância. E também nós outros, jornalistas, afinal, herrar é umano, ops, errare humanum est. Ou será oeste?
Sobre o texto, analise as afirmativas abaixo:
I - Há linguagem figurada em “Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores”.
II - A divisão silábica da palavra absurda é a-bsur-da.
III - Em: “O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua”, a conjunção destacada estabelece ideia de conclusão.
IV - A palavra desuso é formada por derivação prefixal e seu prefixo é de origem latina.
Estão corretas:
O idioma, vivo ou morto?
O grande problema da língua pátria é que ela é viva e se renova a cada dia. Problema não para a própria língua, mas para os puristas, aqueles que fiscalizam o uso e o desuso do idioma. Quando Chico Buarque de Hollanda criou na letra de "Pedro Pedreiro" o neologismo "penseiro", teve gente que chiou. Afinal, que palavra é essa? Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova palavra no seu dicionário. Isso mostra o vigor da língua portuguesa. Nas próximas edições dos melhores dicionários, não duvidem: provavelmente virá pelo menos uma definição para a expressão "segura o tcham". Enfim, as gírias e expressões populares, por mais erradas ou absurdas que possam parecer, ajudam a manter a atualidade dos idiomas que se prezam. O papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais aos poetas e ao povo do que propriamente aos gramáticos e dicionaristas de plantão. Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores. Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma diferença entre o "erro" propriamente dito e a renovação. O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua. Pena que o Brasil seja um país de analfabetos. E deve-se entender como tal não apenas aqueles 60 milhões de "desletrados" que o censo identifica, mas também aqueles que, mesmo sabendo o abecedário, raramente fazem uso desse conhecimento. Por isso, é comum ver nas placas a expressão "vende-se à praso", em vez de "vende-se a prazo"; ou "meio-dia e meio", em vez de − como é mesmo? O português de Portugal nunca será como o nosso. No Brasil, o idioma foi enriquecido por expressões de origem indígena e pelas contribuições dos negros, europeus e orientais que para cá vieram. Mesmo que documentalmente se utilize a mesma língua, no dia a dia o idioma falado aqui nunca será completamente igual ao que se fala em Angola ou Macau, por exemplo. Voltando à questão inicial, não é só o cidadão comum que atenta contra a língua pátria. Os intelectuais também o fazem, por querer ou por mera ignorância. E também nós outros, jornalistas, afinal, herrar é umano, ops, errare humanum est. Ou será oeste?
Sobre o texto, analise as afirmativas abaixo:
I - Há linguagem figurada em “Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores”.
II - A divisão silábica da palavra absurda é a-bsur-da.
III - Em: “O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua”, a conjunção destacada estabelece ideia de conclusão.
IV - A palavra desuso é formada por derivação prefixal e seu prefixo é de origem latina.
Estão corretas: