“[...] é um prefixo que se liga sem hífen ao radical, excet...
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Ano: 2014
Banca:
IESES
Órgão:
CORE-SC
Prova:
IESES - 2014 - CORE - SC - Auxiliar Administrativo de Pessoal |
Q2062732
Português
Texto associado
COMO SE GRAFA "SUPERBÉM"?
Por: Aldo Bizzochi. Disponível em:
http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-abizzocchi/voce-tem-um-sitio310609-1.asp Acesso: 19 jun. 2014
A palavra em questão é uma daquelas cuja grafia
gera dúvidas porque fazem parte da oralidade informal e
raramente aparecem escritas. Nem mesmo o Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) registra esse
vocábulo, e os dicionários em geral hesitam em incluir em
seu acervo palavras desse tipo, tidas como gírias
efêmeras.
Mas, segundo as regras da nova ortografia,
“super-” é um prefixo que se liga sem hífen ao radical,
exceto se este começa por “h”, portanto teríamos
“superbém”, com acento agudo no último “e”, já que o
resultado é uma palavra oxítona terminada em “em”, como
“também”, “porém”, etc. As grafias “super-bem” e
“superbem” são incorretas, a primeira por usar hífen num
caso não previsto na regra ortográfica, a segunda por soar
paroxítona (com o acento tônico caindo na sílaba “per”).
No entanto, já vi em alguns lugares (em geral
postagens em redes sociais e chats) a grafia “super bem”,
o que indica que muitos não sentem “super” como prefixo,
mas como palavra autônoma, no caso, um advérbio de
intensidade equivalente a “muito”. Já ouvi mesmo usarem
“super” como forma desacompanhada: “Fulano é um
sujeito super!”. Se de fato “super” está ganhando vida
própria, poderíamos pensar em “super bem” como duas
palavras. A questão agora é a grafia correta de “super”:
como paroxítona terminada em “r”, deveria ter acento
agudo na primeira sílaba (“súper”); se, por outro lado,
admitirmos que, sendo palavra latina, não deve levar
acento, então deveríamos grafá-la em itálico, como se faz
com toda palavra estrangeira. Conclusão: as grafias “súper
bem” e “super bem” também poderiam ser admitidas.
Eu particularmente prefiro “superbém”, mas o fato é
que, enquanto os dicionários não registrarem o termo, sua
grafia ficará ao sabor das preferências individuais,
transitando em textos que, pela própria informalidade,
abrem mão do rigor ortográfico.
Aldo Bizzocchi é doutor em Linguística pela USP, com
pós-doutorado pela UERJ, pesquisador do Núcleo de Pesquisa
em Etimologia e História da Língua Portuguesa da USP e autor
de Léxico e Ideologia na Europa Ocidental (Annablume)
e Anatomia da Cultura (Palas Athena). www.aldobizzocchi.com.br
“[...] é um prefixo que se liga sem hífen ao radical,
exceto se este começa por ‘h’”. Assim como a palavra
destacada no trecho, também está corretamente
grafada com “xc“ a palavra da alternativa: