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Q2258242 Português
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        Ter um celular é essencial para atividades da vida diária: fazer ligações, checar mensagens, tirar fotos ou fazer compras não seria tão simples sem ele. Dá-los para crianças, no entanto, ainda é um dilema. Não há consenso quanto ao uso dos aparelhos na infância.
        Diferentes escolas e redes de ensino têm regras para o uso de celular. Na rede estadual de São Paulo, por exemplo, o aparelho era proibido nas instituições de ensino até 2017, quando uma nova lei o permitiu nas salas de aula para finalidades pedagógicas.
        Países europeus como França, Holanda e Itália adotaram, nos anos recentes, medidas que proibiram o uso de celular em sala de aula. Segundo os governos, as regras têm o objetivo de reduzir as distrações e melhorar a concentração e a aprendizagem dos estudantes.
        Na Holanda, os dispositivos só vão ser permitidos se forem especificamente necessários, como em aulas de habilidades digitais, por motivos médicos ou para pessoas com deficiência.
        Na cidade de Greystones, na Irlanda, tomou-se uma medida ainda mais radical. Um pacto firmado entre pais de oito escolas do distrito proíbe o uso de smartphones por crianças e adolescentes até que eles cheguem ao ensino médio. A proibição vale para todos os espaços, mesmo dentro de casa, de modo a deixá-la mais coerente. “Se todo mundo faz isso, você não se sente excluído”, disse a mãe Laura Bourne a um jornal britânico.
        O caso da Irlanda chamou a atenção para a colaboração entre escolas e famílias. Para Jhonatan Almada, diretor do Centro de Inovação para a Excelência das Políticas Públicas, os pais devem participar das decisões sobre o uso de aparelhos em salas de aula. “A principal forma de abordar o tema com eles é apresentar o conhecimento científico e mostrar exemplos de países que adotaram tais regras, caso proponham modelos mais restritivos”, disse.
        As escolas também devem considerar as famílias quanto ao uso do celular se decidirem liberá-los. “O uso em sala de aula reforça a necessidade de ter um dispositivo como celular ou tablet, o que pode bater de frente com o combinado entre os membros da família que prefere que suas crianças não tenham esses dispositivos ou que os usem em momentos específicos”, disse Bernardo Bueno, professor e pesquisador.
        Além de participar das decisões das escolas, Aline Restano, psicóloga, disse que é importante que as famílias encarem o uso do celular de forma crítica também dentro de casa. “Quando tiverem um bebê, os pais vão seguir usando o celular durante as refeições? Vão continuar usando o celular à noite? Vão interromper a conversa para olhar o celular constantemente?”, questiona.

(Mariana Vick. Como as escolas podem lidar com crianças no celular. www.nexojornal.com.br.10.07.2023. Adaptado)
A ideia expressa pelo vocábulo destacado, no contexto em que foi empregado, está corretamente indicada entre colchetes em:
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