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Redes sociais são “megafone” para desabafar e reforçar ego dos internautas

    Madri, 19 jul (Efe). – Inerente ao ser humano, o ato de reclamar encontrou no imediatismo e na simplicidade das redes sociais um novo lar, que oferece ao internauta um “megafone” para desabafar e reforçar seu ego.

    As redes sociais, especialmente o Twitter, se tornaram um canal de insatisfações e frustrações. Mas, será que reclamamos mais do que antes com as redes sociais? A frieza do meio estimula o protesto e a crítica? Por que o ser humano usa a internet como um microfone inclusive para propagar mensagens destrutivas?

     A Agência Efe conversou com o filósofo Jesús Mosterín, com os psicólogos Javier Jiménez e Fabrizio Ferri, e com o Twitter para tentar compreender o fenômeno das reclamações nas redes sociais.

    Mosterín destacou que “vivemos tempos de muita democracia e pouca tecnocracia”, que nas redes sociais qualquer cidadão pode se expressar em igualdade de condições com o maior analista em um assunto. De acordo com o filósofo, reclamar nas redes sociais “não serve para conhecer a realidade, mas para se expressar, para tirar o que temos dentro de nós e sentir que não somos coibidos”.

    O psicólogo Javier Jiménez, especialista em medição psicológica que trabalhou para a universidade de Cambridge, explica que a principal função dessa reclamação é o reconhecimento social e um pedido de apoio.

    “A queixa, vista como manifestação da insatisfação, sempre existiu. Mas o que há agora é uma barreira muito mais baixa para que essa reclamação chegue aos demais. A tecnologia facilita muito”, segundo o psicólogo Fabrizio Ferri, especialista em novas tecnologias.

    Segundo Ferri, as redes sociais podem ser comparadas, em parte, com uma máquina caça-níqueis, pois pode “significar uma grande recompensa para uma conduta que custou muito pouco, então se torna algo quase viciante. Atenção recebida, e às vezes inesperada, muitas vezes recompensa o pequeno esforço feito”.

    Muitas vezes, a crítica fácil, a desqualificação e a reclamação são movidas pelo que Mosterín denomina de “um concurso de popularidade”. “Há pessoas que, quando chegam a um determinado número de seguidores, sentem seu ego alimentado e se sentem aptos para fazer uma queixa, inclusive agressiva, sem reparos”, relatou Ferri.

    Mosterín concorda com Ferri ao dizer que o ser humano sempre gostou de se queixar, mas antes fazia em “voz baixa” para evitar que “cortassem sua cabeça”. “A primeira coisa que as crianças pequenas fazem, antes de serem influenciadas pela cultura em que vivem, é se queixar. Não acho que as pessoas reclamem mais agora, no sentido de terem mais motivos de queixa, mas agora é mais fácil de serem vistas e ouvidas”, analisou.

    Os especialistas ressaltaram que as redes sociais e outras ferramentas, como o “e-mail”, são frias. Segundo eles, é difícil sentir empatia em relação a textos e imagens. A falta de contexto, para Ferri, dificulta a empatia e faz com que a comunicação seja muito mais agressiva e ofensiva. “Temos a tendência de acreditar que as pessoas são melhores do que são”, ressaltou.

    O Facebook é a rede social com mais usuários do mundo, mas é mais comum recorrer ao Twitter para reclamar. Para Jiménez, isso ocorre porque as mensagens no Twitter são acessíveis para qualquer um, enquanto no Facebook os usuários costumam ter contas privadas.

    Ferri enfatizou como qualidades do Twitter o imediatismo, a concisão (as mensagens se limitam a 140 caracteres) e a simplicidade de uso. Além disso, não é possível controlar nem ocultar os tweets.

    “Se você observa um pensamento no Twitter, este passa a fazer parte de um fluxo de pensamento único sobre esse tema, que qualquer um pode acessar”, disse. Fontes do Twitter afirmaram que, “em geral”, a experiência na rede é “amável”. Nos últimos meses, a empresa implementou diversos mecanismos para dissuadir e denunciar comportamentos agressivos na rede social.

    Em tom de crítica, Mosterín comentou que, apesar das reclamações, não acredita que as redes sociais sirvam para resolver a maioria dos problemas manifestados. “Se me perguntarem que contribuição o Twitter e o Facebook dão ao conhecimento humano ou à resolução dos problemas do mundo atual, acho que a contribuição é quase nula”, declarou.

(Disponível em: http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/efe/2015/07/19/redes-sociais-sao-megafone-para-desabafar-e-reforcarego-dos-internautas.htm. Acesso em: 21/07/2015.) 
O psicólogo Javier Jiménez, especialista em medição psicológica que trabalhou para a universidade de Cambridge, explica que a principal função dessa reclamação é o reconhecimento social e um pedido de apoio.” (6º§) O trecho sublinhado trata-se de:
Alternativas

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

GABARITO: A

+ Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo melhor. Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão. Ex: Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça.

+ Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração.

Ex: Senhor presidente, queremos nossos direitos!

+ Objeto Direto é um complemento verbal que, geralmente, não é acompanhado por preposição. Assim como o objeto indireto, tem a função de completar o verbo transitivo, o qual sozinho não consegue fornecer informação com sentido completo.

Ex: Ana vende livros. (livros = objeto direto)

+ Complemento nominal é a informação que completa o sentido de um nome - substantivo, adjetivo ou advérbio - contido na oração.

Ex: Frituras fazem mal ao fígado. (“ao fígado” completa o sentido do adjetivo “mal”)

" Não deixe que as pessoas te façam desistir daquilo que você mais quer na vida. Acredite. Lute. Conquiste. E acima de tudo, seja feliz."

FOCO GUERREIROS!

 

Gab: A

“O psicólogo Javier Jiménez, especialista em medição psicológica que trabalhou para a universidade de Cambridge, explica que a principal função dessa reclamação é o reconhecimento social e um pedido de apoio.”

>> Trata-se de um aposto explicativo.

>> Esse tipo de aposto sempre vem separado por pontuação, e tem a finalidade de explicar ou esclarecer o substantivo a que se refere.

A questão requereu a função sintática de uma estrutura, de modo que se trata de análise sintática, ou seja, a função desempenhada pelas palavras dentro do período.

Inspecionemos o fragmento a seguir:

"O psicólogo Javier Jiménez, especialista em medição psicológica que trabalhou para a universidade de Cambridge, explica que a principal função dessa reclamação é o reconhecimento social e um pedido de apoio."

O trecho sublinhado é um aposto explicativo (está entre vírgulas). Define-se o aposto por expressão de natureza substantiva ou pronominal que se refere a outra expressão de natureza substantiva ou pronominal para melhor explicá-la ou para servir-lhe de equivalente, resumo ou identificação. 

a) Aposto.

Correto. Vide acima;

b) Vocativo.

Incorreto. O vocativo é termo alheio à estrutura, um chamamento (normalmente um nome), não exercendo nenhuma função. Assemelha-se ao aposto explicativo apenas em matéria de pontuação, haja vista que ambos são virgulados. No mais, diferem significativamente. Veja exemplos de vocativos:

I - Criatura efêmera, banquete de vermes, teu momento chegará!

II - Não chegue, derradeira hora, tão veloz a visitar-me.

III - Por que não duras eternamente, ó flor da idade?

c) Objeto direto.

Incorreto. O objeto direto é um complemento verbal, ou seja, refere-se a verbo, e não a nome. A expressão sublinhada no enunciado caracteriza um nome, logo não pode ser objeto direto.

d) Complemento nominal.

Incorreto. O complemento nominal sempre se introduz por preposição: prejudicial à saúde, vício em cigarro, construção da casa, etc. Na frase em tela, o segmento sublinhado não apresenta preposição, logo não poderia ser complemento nominal.

Letra A

Só eu que não vi nada sublinhado?????

O trecho sublinhado, só os inteligentes conseguem ver!

Ou seja, tô fora desse grupinho!!!!

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