De acordo com o Princípio da Equivalência Ricardiana, os con...
De acordo com o Princípio da Equivalência Ricardiana, os consumidores são racionais e se preocupam com o futuro; por isso, baseiam seus gastos não somente em seus rendimentos atuais, mas também na renda esperada. As famílias poupam a renda disponível adicional de modo a pagar a obrigação fiscal futura que a redução fiscal no presente acarreta. Devido a isso, uma redução de impostos financiada pelo endividamento do governo deixa o consumo inalterado. No entanto, os defensores da abordagem tradicional do endividamento do governo acreditam que uma redução nos impostos, financiada por endividamento do governo, eleva a renda atual dos consumidores e, consequentemente, o consumo, ainda que a renda futura seja mais baixa.
Com base no texto acima, a alternativa que apresenta um aspecto que justifique o fato de, para abordagem tradicional de endividamento do governo, o consumo do presente não permanecer inalterado, como afirma o Princípio da Equivalência Ricardiana, é:
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Para compreender a questão apresentada, é importante entender o Princípio da Equivalência Ricardiana. Esse princípio, formulado por David Ricardo e popularizado por Robert Barro, sugere que a política fiscal de um governo, ao trocar impostos por dívida, não altera o nível de consumo das famílias. Isso ocorre porque os consumidores racionais antecipam que o aumento da dívida pública resultará em impostos futuros mais altos e, portanto, poupam a renda adicional para pagar esses impostos no futuro.
No entanto, a abordagem tradicional do endividamento do governo difere, assumindo que uma redução de impostos, mesmo financiada por endividamento, pode aumentar o consumo presente. Isso se dá porque os consumidores podem não considerar plenamente o impacto dos impostos futuros ou podem não conseguir poupar adequadamente devido a restrições financeiras.
A alternativa B - Imperfeições no mercado de crédito é a correta. Uma das justificativas para que o consumo não permaneça inalterado, apesar da teoria ricardiana, é a presença de imperfeições no mercado de crédito. Nem todos os consumidores têm acesso pleno a crédito ou conseguem poupar na medida necessária para compensar impostos futuros. Isso faz com que os consumidores, ao receberem uma redução de impostos, gastem essa renda adicional em vez de poupar para o futuro, elevando o consumo presente.
Vamos agora examinar as alternativas incorretas:
- A - Rigidez de preços e salários nominais: Essa alternativa não se relaciona diretamente com o problema do consumo e da equivalência ricardiana. A rigidez de preços e salários geralmente diz respeito a como a economia responde a choques de demanda, mas não explica por que consumidores aumentariam seu consumo diante de uma redução de impostos financiada por dívida.
- C - Existência da preferência pela liquidez: A preferência pela liquidez explica por que os agentes econômicos podem preferir manter ativos líquidos ao invés de investir ou consumir, mas não justifica o aumento do consumo presente devido a uma redução fiscal financiada por endividamento.
- D - Validade da Curva de Philips no curto prazo: A Curva de Philips relaciona inflação e desemprego, e não tem uma ligação direta com a forma como os consumidores ajustam seu consumo face a alterações de política fiscal.
Na resolução de questões como essa, é crucial identificar a lógica por trás dos conceitos macroeconômicos e entender como diferentes teorias podem explicar fenômenos econômicos observados. Sempre que encontrar conceitos que parecem contraditórios, como o Princípio da Equivalência Ricardiana e a abordagem tradicional do endividamento, analise os pressupostos de cada um.
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