“O Modernismo foi um movimento cultural que se consolidou em...

O Modernismo brasileiro foi um movimento cultural que emergiu no início do século XX, em um período de profundas transformações sociais, econômicas e políticas no Brasil. Consolidado principalmente em São Paulo, o Modernismo refletiu o desejo de ruptura com as tradições acadêmicas e a busca por uma identidade cultural genuinamente brasileira. A Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, foi o marco inaugural desse movimento, reunindo artistas, escritores e intelectuais que buscavam explorar novas formas de expressão e retratar a realidade nacional sob uma perspectiva inovadora e crítica.

O processo de industrialização no Brasil, particularmente acelerado a partir da década de 1930, coincidiu com o auge do Modernismo. Esse desenvolvimento industrial trouxe consigo um crescimento urbano significativo, especialmente em São Paulo, que se tornou o epicentro das inovações culturais e artísticas do país. A obra de Tarsila do Amaral, uma das figuras mais proeminentes do Modernismo brasileiro, reflete essas mudanças, ao mesmo tempo em que explora elementos da cultura popular e da identidade nacional. Sua pintura "Operários", por exemplo, é uma crítica social que retrata o processo de industrialização e as suas implicações para a sociedade brasileira.

O Modernismo brasileiro dialogou com as vanguardas europeias, ao mesmo tempo em que se distanciou delas ao buscar uma linguagem artística própria, conectada com as realidades e contradições do Brasil. Tarsila do Amaral, influenciada por sua experiência em Paris, onde teve contato com movimentos como o cubismo e o surrealismo, adaptou essas influências à sua obra, criando um estilo único que mescla modernidade e tradição. Esse movimento cultural foi fundamental para a afirmação de uma identidade artística brasileira no cenário global, influenciando gerações de artistas e intelectuais.

A) Di Cavalcanti.

Errado. Embora Di Cavalcanti seja um dos grandes nomes do Modernismo brasileiro, conhecido por suas representações da vida urbana e das camadas populares, a obra descrita e o contexto indicam Tarsila do Amaral, especialmente considerando a ênfase na industrialização e o seu papel no movimento.

B) Anita Malfatti.

Errado. Anita Malfatti foi uma pioneira do Modernismo no Brasil, e sua exposição de 1917 é frequentemente citada como precursora da Semana de Arte Moderna. No entanto, a descrição da obra associada ao contexto de industrialização e a influência do Modernismo Paulista não corresponde ao seu estilo ou às suas temáticas principais.

C) Tarsila do Amaral.

Correto. Tarsila do Amaral é a artista mencionada na questão, especialmente considerando sua importância no Modernismo brasileiro e sua obra que aborda o contexto da industrialização, como "Operários". Tarsila é conhecida por suas contribuições significativas ao movimento, combinando influências europeias com uma estética que valoriza a cultura brasileira.

D) Cândido Portinari.

Errado. Cândido Portinari é um dos maiores pintores brasileiros, conhecido por suas obras de caráter social e político, como os murais "Guerra e Paz". Embora também tenha retratado o Brasil em transformação, seu estilo e temáticas diferem da obra de Tarsila do Amaral mencionada na questão.

A análise do Modernismo brasileiro e da obra de Tarsila do Amaral nos leva a entender a importância desse movimento na construção de uma identidade cultural nacional. A industrialização e a urbanização do Brasil foram capturadas por artistas que buscavam refletir e criticar as mudanças rápidas que o país experimentava. Tarsila, em particular, soube incorporar elementos da modernidade e da tradição brasileira, criando um estilo que é ao mesmo tempo global e local. É importante prestar atenção às características específicas dos artistas mencionados e ao contexto histórico e cultural em que suas obras foram produzidas. Tarsila do Amaral é frequentemente associada ao tema da industrialização e da identidade nacional.

Resposta: C 

Gabarito do Professor: C

Referências bibliográficas:

ARANTES, Paulo. Um Departamento Francês Ultramarino: Modernismo e Regionalismo. São Paulo: Paz e Terra, 1992.

SEVCENKO, Nicolau. Literatura como Missão: Tensões Sociais e Criação Cultural na Primeira República. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

ZILIO, Carlos. O Modernismo no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

GAB. C