Considerando o que é o “doente” para Pichon-Rivière, diante ...

Alternativa correta: A - O doente é o porta-voz da patologia do grupo-familiar

Para compreender a questão, é crucial entender a perspectiva de Enrique Pichon-Rivière, um renomado psicanalista e psiquiatra argentino, sobre a dinâmica dos grupos familiares. Segundo ele, o "doente" em um grupo familiar não é apenas um indivíduo com sintomas, mas sim um porta-voz da patologia do grupo familiar. Isso significa que os sintomas do doente revelam e expressam conflitos, tensões e dificuldades que são compartilhados por toda a família, embora manifestados por um único membro.

Vamos agora analisar as alternativas:

A - O doente é o porta-voz da patologia do grupo-familiar

Esta alternativa está correta. Pichon-Rivière entende que o doente manifesta, através de seus sintomas, questões que pertencem ao grupo-familiar como um todo. Assim, a doença do indivíduo é vista como um reflexo dos problemas e dinâmicas patológicas do grupo.

B - O doente é o elo entre o normal e o patológico junto ao grupo-familiar

Esta alternativa está incorreta. A definição aqui não é precisa, uma vez que não coloca o doente como o "porta-voz" das patologias do grupo, mas sim como um intermediário entre normalidade e patologia, o que não reflete a teoria de Pichon-Rivière.

C - O doente é o porta-voz dos afetos positivos do grupo-familiar

Esta alternativa também está incorreta. Segundo Pichon-Rivière, o doente não expressa os afetos positivos do grupo, mas sim as patologias e conflitos internos do grupo familiar.

D - O doente é o porta-voz dos desejos do grupo-familiar

Incorreta. Embora os desejos possam estar envolvidos nas dinâmicas familiares, a teoria de Pichon-Rivière foca na patologia, ou seja, nos aspectos problemáticos e as tensões que são manifestadas pelo doente.

E - O doente é o elo entre o passado do grupo-familiar e o presente do grupo-familiar

Esta alternativa está incorreta. Embora as dinâmicas familiares incluam aspectos históricos, a posição de Pichon-Rivière enfatiza o doente como o porta-voz das patologias atuais do grupo, não necessariamente como um elo entre passado e presente.

Espero que essa explicação tenha sido clara e ajude a entender melhor a perspectiva de Pichon-Rivière e como ela se aplica a essa questão de concurso. Se precisar de mais alguma coisa, estarei à disposição!