Considere o período a seguir. A palavra “a” antes do “que” ...

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Letramento informacional: como sobreviver à internet
Fernanda Oliveto


    Era 1917, duas meninas criativas e talentosas, Elsie e a prima Frances Griffiths, em Bradford, Inglaterra, criaram uma fake news tão aparentemente real que chegaram a enganar o grande Arthur Conan Doyle. Ele escreveu um livro sobre o caso (The coming of the fairies) e produziu artigos para revistas, entre os quais Fairies photographed e Strand Magazine.

    Tratava-se de fotos que registravam encontros das meninas com fadinhas encantadas. O caso ficou conhecido como as Fadas de Cottingley. Apenas na década de 1980, o editor do British Journal of Photography à época, Geoffrey Crawley, pôs fim à questão, provando que as fadas eram de papel e estavam suspensas por fios.

    Eis uma prova evidente do poder de manipulação da verdade. Nas mãos das primas inglesas, o caso tomou ares pitorescos, até pela ingenuidade da invenção. Mas o que poderia ter acontecido se, em vez de fadas, fosse algo menos lúdico, com viés acusatório, para prejuízo de alguém? Afinal, é relativamente fácil modificar dados, maquiá-los e utilizá-los para finalidades diversas. Hoje, com a internet, assistimos, quase que impotentes, à proliferação de notícias falsas e golpes de todo tipo.

    A era da informação trouxe o progresso para vários setores mas também trouxe bruxas no lugar de fadas. Diante do avanço das tecnologias de informação e comunicação (TICs), é preciso discutir, a partir de um olhar crítico, cauteloso e não negativista, as possibilidades de enfrentamento dos riscos a que a sociedade está sujeita, de modo especial as crianças, por serem mais vulneráveis.

    A fim de lidar com as fakes news e com a exposição de dados pessoais, a educação sustenta-se como a melhor estratégia para estimular o pensamento dialógico e crítico e desenvolver competências em letramento informacional. Kelley Gasque, pesquisadora do tema e professora da Universidade de Brasília (UnB), define letramento informacional como o processo de desenvolvimento de competências para localizar, selecionar, acessar, organizar, usar informação e gerar conhecimento, visando à tomada de decisão e à resolução de problemas. Segundo a autora, o letramento informacional capacita os aprendizes para a busca e o uso da informação de maneira eficiente e eficaz.

    Uma das lições que a pandemia de covid-19 trouxe foi a iminência de serem desenvolvidas competências informacionais para a sobrevivência no mundo hiperconectado. Para que isso ocorra, e não será algo tempestivo, mas em longo prazo, o letramento informacional deve ser um conteúdo obrigatório nos planos de curso desde a infância.

    Com a inserção de questões como comportamento informacional, identificação de fontes confiáveis, navegação segura, proteção de dados e informações pessoais, a criança em formação aprenderá um verdadeiro protocolo para a navegação defensiva, ou seja, a navegar na internet, realizar buscas por informações, flanar por páginas de sites diversos, fazer compras em lojas de e-comércio, participar de redes sociais, ir a consultas remotas, pagar contas em bancos virtuais e fazer todo tipo de procedimento possível através da rede.

    Agindo com cautela, de maneira defensiva, a sociedade conseguirá ter mais liberdade para fazer escolhas virtuais sem que, para isso, tenha de pagar o preço alto de ter sua vida exposta ou sua conta zerada por algum hacker. A capacidade de agir com criticidade diante do bombardeio de informações a que somos expostos diariamente é um dos alicerces do letramento informacional. Com esse objetivo, pretende-se que a sociedade desenvolva uma postura reflexiva e crítica e seja incentivada, desde a idade escolar, a agir de forma consciente de sua posição no mundo globalizado. Entretanto, há muito o que se fazer, em especial no Brasil, para que o letramento informacional seja uma realidade para a população e consiga colher os frutos almejados com o amadurecimento e a implementação da proposta.

    As seduções das TICs são muitas e apelam para todos os sentidos — sobretudo o visual. Não só palavras, mas também imagens são manipuladas para apresentar uma verdade forjada (lembram-se das fadas?), cuja intenção é ludibriar e conservar o interesse de uma minoria cujos interesses são manter seu domínio econômico e político.

    O letramento informacional sustenta-se como uma das formações mais relevantes no momento, pois, sem ele, vive-se à margem de tudo, das questões políticas, da defesa dos direitos, da proteção à própria vida, da conservação da biodiversidade, entre outros temas relevantes dos quais ficará alijado. Nesse contexto, o letramento informacional é, portanto, uma ferramenta para a cidadania, um instrumento que dota o ser da CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO RIO GRANDE DO NORTE – CREA/RN EDITAL Nº 001/2024 Concurso Público para o provimento de cargos de seu quadro de pessoal e para formação de cadastro de reserva – CREA/RN 3 capacidade de se nutrir da informação da melhor forma possível. Além disso, promove a construção do conhecimento e exercita a indagação, o aprendizado e o posicionamento do ser no contexto em que vive.

    Agir assim é ser protagonista da própria história, é exercer, em plenitude, a cidadania. O futuro está traçado em bytes, megabytes, de forma que não é possível fugir da tecnologia, até porque ela traz inúmeras vantagens e perspectivas interessantes para todas as áreas do conhecimento. O desafio é conviver com as dicotomias da tecnologia, dotando-se de competências para reconhecer e, se não debelar, minimizar os prejuízos.
Disponível em: . Acesso em: 04 abr. 2024. [texto adaptado] 
Considere o período a seguir. A palavra “a” antes do “que” é classificada como
A capacidade de agir com criticidade diante do bombardeio de informações a que somos expostos diariamente é um dos alicerces do letramento informacional.

A palavra “a” antes do “que” é classificada como
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Para resolver a questão apresentada, o aluno precisa compreender a classificação das palavras em uma frase, com foco em entender a função morfológica de "a" no contexto apresentado. A questão gira em torno da identificação e análise de como o termo funciona dentro da oração.

A alternativa correta é a C: preposição e sua ocorrência, nesse período, é justificada pela regência do nome “expostos”.

Vamos analisar por que esta é a resposta correta:

"a que somos expostos": Aqui, "a" tem a função de uma preposição, conectando o substantivo "expostos" ao pronome "que". Essa construção é típica em português, onde "expostos a algo" é uma estrutura de regência que requer a preposição "a".

Vamos agora verificar as outras alternativas e entender por que estão incorretas:

A - Artigo e sua ocorrência, nesse período, é justificada pela regência do nome “expostos”: Esta alternativa está incorreta porque "a" não está funcionando como artigo. Artigos precedem substantivos com a função de determiná-los, o que não é o caso aqui.

B - Artigo e sua ocorrência, nesse período, é justificada pela regência do nome “informações”: Novamente, "a" não está atuando como artigo. Além disso, a regência aqui não está ligada ao substantivo "informações".

D - Preposição e sua ocorrência, nesse período, é justificada pela regência do nome “informações”: Embora "a" seja uma preposição, sua regência está ligada ao adjetivo "expostos", não ao substantivo "informações".

Para identificar corretamente como as palavras se comportam em uma oração, é importante observar a relação entre os termos e a exigência de preposições por outros elementos, como verbos ou adjetivos. No caso em questão, o adjetivo "expostos" requer a preposição "a" para ligar-se ao pronome "que".

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A palavra "a" no trecho "a que somos expostos" é uma preposição, pois estabelece uma relação entre o verbo "expostos" e o pronome relativo "que". A ocorrência dessa preposição é justificada pela regência do verbo "expostos", que exige a preposição "a" para introduzir o complemento.

A capacidade de agir com criticidade diante do bombardeio de informações a que somos expostos diariamente é um dos alicerces do letramento informacional.

  1. Identifica a classe gramatical de "a": vem antes de "que" que no caso é pronome relativo, como artigos não podem vir antes de pronomes, logo será preposição.
  2. Reformula a frase: "Somos expostos diariamente a um bombardeios de informações"
  3. Isola o verbo, se ele for VTI, a preposição é regida por ele: exposto, é VTI pois quem é exposto, é exposto a algo. Assim, "a" é regido pelo verbo exposto e não por "informações".

GAB.: C

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