Sobre o trecho “O jornalista argentino Gustavo Grabia é uma ...
As torcidas organizadas do Brasil aterrorizam boa parte dos torcedores do Brasil. Por causa delas e, principalmente, das cenas de violência que elas protagonizam, milhões de torcedores se mantêm afastados dos estádios e muitos outros nem consideram a possibilidade de levar mulheres, pais e filhos aos estádios. É ruim, mas poderia ser muito pior.
O jornalista argentino Gustavo Grabia é uma das maiores autoridades do continente sobre a violência das torcidas. Profundo conhecedor das barras argentinas, ele mostra que a situação no Brasil pode se deteriorar, se nada ou muito pouco continuar a ser feito.
Na Argentina, as barras, os equivalentes das organizadas, superam as irmãs brasileiras em violência, poder financeiro e poder político. Com o silêncio da polícia, conseguem até enfrentar presidentes de clubes e ameaçar jogadores sem sofrer sanções.
Com isso, arrecadam muito dinheiro. Com esses recursos, conseguem corromper policiais, dirigentes e até políticos. Grande parte das barras prestam serviços aos partidos políticos, de situação ou oposição. Os líderes das barras possuem um acesso aos círculos do poder – são recebidos no palácio presidencial – que é impensável no Brasil.
As diferenças vêm desde a formação. Na Argentina, há uma barra por clube e ela é uma organização informal. Não existem eleições, nem mandatos. O poder se mantém pela força. O líder da barra só deixa o cargo quando é preso, morto ou deposto por um rival, normalmente após uma luta de poder entre os dois grupos. Apesar disso, o número de mortes no futebol argentino neste ano é menos do que a metade do caso brasileiro, oito contra dezessete.
de Marcelo Damato (Lance: 18/10/2013), intitulado “Se no Brasil é ruim, na Argentina é pior”: