No período “Preocupava-se ____ o futuro e, por isso, dedic...
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Ano: 2016
Banca:
Prefeitura de Toledo - PR
Órgão:
Prefeitura de Toledo - PR
Prova:
Prefeitura de Toledo - PR - 2016 - Prefeitura de Toledo - PR - Advogado I |
Q1389072
Português
Texto associado
Medo de aprender
Giuliano Martins de Freitas
É comum de todo ser humano a busca pelo equilíbrio,
estar em consonância com o corpo, com a mente e
com o meio em que vivemos, mesmo que
inconsciente, é a performance das nossas lutas
diárias. Quem não tem medo do novo, das novas
experiências? Mas também, quem não tem vontade de
se arriscar, de ir além e tentar? Com as crianças não é
diferente, elas buscam suas realizações e buscam
resolver seus conflitos o tempo todo.
Aprender é bem mais que um costume, ou algo
embutido na sociedade para elevar o conhecimento,
falamos aqui de uma aprendizagem característica da
racionalidade humana, cujo aprender é uma
necessidade e não uma formalidade. E por ser uma
necessidade, não adianta tentar fugir, de uma forma ou
de outra nos depararemos com alguma situação
envolvendo algum de tipo de aprendizagem.
Ter medo de aprender é muito comum, a busca do
equilíbrio pessoal começa travando em nossa mente
uma guerra entre conceitos prontos e a construção do
nosso próprio pensamento através da lógica e da
nossa experiência, exigindo o tempo todo um novo
olhar sobre aquilo com que tivemos um primeiro
contato para gerar a zona de aprendizagem. Dessa
forma, “o medo de aprender é, portanto, desencadeado
pelo antagonismo que existe de fato entre as
exigências da aprendizagem, legítimas e
incontornáveis, e os meios que certas crianças
empregam para manter seu equilíbrio psíquico”,
escreve Boimare (2007).
Resguardar-se, não participar, calar-se para a
aprendizagem é uma forma utilizada pela criança para
se manter numa zona de conforto. Pensam que o
silêncio ou o anonimato podem tornar a vida mais
fácil, sem cobrança, sem avaliações, sem motivos para
“sofrer” demais. Nas tentativas de desenvolver a
aprendizagem infantil, muitos professores aplicam
métodos forçando a criança a aprender, como se a
aprendizagem pudesse ser forçada.
Imagina-se uma criança que sabe declamar uma
poesia perfeitamente, chama atenção de todos pela
beleza com que usa as palavras rimadas, essa criança
pode não saber nada de poesia, pode não saber nada
sobre a construção histórica do texto poético e,
mesmo assim, declama muito bem o texto. Neste caso,
vê-se uma aprendizagem mecânica – se copiar uma
poesia dez vezes poderia qualquer criança decorar e
declamar uma poesia. Entretanto, se o aprender é
instigado através da própria realidade e das exigências
emplacadas pela aprendizagem, da necessidade de
aprender, a criança estabelece um vínculo entre a
vontade, complexidade e exigências da própria
aprendizagem.
O professor deve atentar-se para as aprendizagens
forçadas, não se pode forçar o aluno a fazer aquilo
que, para aquele momento, não é interessante. Não se
deve generalizar este caso, mas seria bem mais
interessante e aplicável questionar acerca do estado
físico e emocional da criança no momento de se
apresentar novos ensinos, provocando o medo de
aprender e a insegurança de tentar, resistindo e
criando suas próprias barreiras na concepção de
novas aprendizagens.
Em vista disso, e com base nos estudos de Boimare,
pode-se concluir que o importante é não permitir que a
aprendizagem se perca e se corrompa; a zona de
conflito provocado pelo medo de aprender deve ser mediada pela observação feita pelo professor e pelo
cuidado de não forçar a aprendizagem,
compreendendo que o aprender é uma necessidade
exigida internamente e individual, e que não pode ser
confundida com uma formalidade forjada e calculista.
Adaptado de: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/educacao/medoaprender.htm
No período “Preocupava-se ____ o futuro e, por isso,
dedicava-se ____ diversos tipos de trabalhos.”, as
preposições que complementam o sentido dos verbos
“preocupar-se” e “dedicar-se”, respectivamente, são: