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Q1083105 História
“O escravo negro tornado mercadoria do século XV ao XIX, mercadoria absolutamente indispensável ao Brasil, não vem de um continente desorganizado, sem cultura, sem tradições, sem passado. Apesar do que tenham dito ou pensado certos contemporâneos europeus ignorantes, no que tem de diferente e necessariamente inferior, o cativo africano, destinado a servir ao desenvolvimento das Américas remotas, tem personalidade e história. (...) Viram-se na África verdadeiros impérios centralizados, com brilho e autoridade incontestáveis, confederações tribais, reinos mais ou menos reconhecidos por seus vizinhos, cidades pousadas com seus ricos mercados nos caminhos do ouro, das especiarias, do marfim, do sal, dos escravos e, por toda parte, um povo de guerreiros, pecadores, pastores, comerciantes e agricultores (...).”
MATTOSO, Kátia de Queirós. Ser escravo no Brasil. Editora Brasiliense. 2º edição. São Paulo, 1988.
O fragmento acima retrata parte da realidade africana antes mesmo da chegada dos europeus ao continente. As formas de vida dos africanos acabaram facilitando, a partir do século XV, por exemplo, a ação dos mercadores portugueses e de outras nações europeias, pois:
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