Paciente teve parto normal, com parto transcorrendo sem inte...

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Q3060124 Medicina
Paciente teve parto normal, com parto transcorrendo sem intercorrências com feto nascido com 4,0 k, sem episiotomia e apresentando laceração perineal de primeiro grau, sem sangramento na laceração. Placenta com dequitação espontânea 10 minutos após o nascimento do bebê, com revisão da placenta mostrando placenta integra e cordão umbilical com duas artérias e uma veia. Foi feito ocitocina (10 ui IM após desprendimento dos ombros). RN estava amamentando, e a paciente iniciou com sangramento vaginal importante, com grande quantidade de sangue no chão e na maca, com várias compressas encharcadas Paciente apresentou aumento da frequência cardíaca (FC 105 bpm) e queda da PA (90/60 mmHg). Em relação ao caso descrito, podemos afirmar:
Alternativas

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Para resolver esta questão, precisamos compreender o conceito de hemorragia pós-parto, uma condição que ocorre após o parto, caracterizada por uma perda excessiva de sangue. O tema central da questão é o reconhecimento e o manejo adequado dessa complicação obstétrica, que pode ser potencialmente grave se não tratada rapidamente.

Alternativa Correta: D - O diagnóstico é hemorragia pós-parto primária (precoce) sendo a causa mais comum atonia uterina.

Justificativa: A hemorragia pós-parto primária ocorre nas primeiras 24 horas após o parto. A atonia uterina é a principal causa, que se refere à incapacidade do útero de se contrair efetivamente após o parto, levando à perda de sangue. No caso descrito, a paciente apresentou sinais de choque hipovolêmico (aumento da frequência cardíaca e queda da pressão arterial), que são indicativos de uma hemorragia significativa. Portanto, o diagnóstico de hemorragia pós-parto primária é correto.

Análise das Alternativas Incorretas:

A - A hemorragia pós-parto ainda não pode ser considerada, já que a paciente está hemodinamicamente estável, apesar da perda sanguínea.
Esta alternativa está incorreta porque a paciente não está hemodinamicamente estável. Os sinais vitais indicam instabilidade, com aumento da frequência cardíaca e queda da pressão arterial, o que sugere hemorragia.

B - A palpação do útero é recomendada. O esperado é que o útero esteja abaixo da cicatriz umbilical nesse momento.
Embora a palpação do útero seja uma prática clínica, essa alternativa não aborda diretamente o diagnóstico de hemorragia pós-parto, que é o foco da questão. Além disso, logo após o parto, o útero pode estar ao nível da cicatriz umbilical.

C - O diagnóstico de hemorragia pós-parto só pode ocorrer se houver a perda de 1000 ml de sangue, ou seja, em torno de 10 compressas encharcadas.
A definição de hemorragia pós-parto não depende exclusivamente da quantidade exata de sangue perdido ou do número de compressas encharcadas, mas sim dos sinais clínicos de instabilidade hemodinâmica e outras evidências clínicas.

E - O ácido antifibrinolítico, tranexâmico (1g por via IM), é recomendado, diante desse quadro, seguido de agentes uterotônicos quando se tratar de atonia uterina.
Esta alternativa apresenta um equívoco quanto à via de administração. O ácido tranexâmico é geralmente administrado por via intravenosa (IV) e não intramuscular (IM) em situações de emergência obstétrica como a hemorragia pós-parto.

Esperamos que esta explicação tenha ajudado a esclarecer o raciocínio por trás da escolha da alternativa correta e o porquê das outras estarem incorretas. Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

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