A palavra ‘surto’ pode ser empregada não somente como subst...
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Ano: 2023
Banca:
CONSULPAM
Órgão:
ICTIM - RJ
Provas:
CONSULPAM - 2023 - ICTIM - RJ - Professor Pesquisador I
|
CONSULPAM - 2023 - ICTIM - RJ - Professor Pesquisador III |
CONSULPAM - 2023 - ICTIM - RJ - Professor Pesquisador II |
Q2129868
Português
Texto associado
Texto
A Guiné Equatorial confirmou o seu primeiro
surto de febre hemorrágica de Marburg, doença
causada pelo vírus de Marburg. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), até aquela
data foram contabilizadas nove mortes mais 16 casos
suspeitos com sintomas como febre, fadiga e vômito
com sangue e diarreia.
Autoridades de saúde do país enviaram
amostras ao laboratório de referência do Instituto
Pasteur no Senegal, com ajuda da OMS, para
determinar a origem do surto. Das oito amostras
testadas, uma deu positivo para o vírus.
Segundo a OMS, há várias investigações em
andamento. Existem equipes nos distritos afetados
para rastrear contatos, isolar e fornecer assistência
médica às pessoas que apresentam sintomas da
doença. A organização, em colaboração com forças
nacionais da Guiné Equatorial, também colocou
esforços para montar rapidamente uma resposta de
emergência e controle do surto.
A doença causada pelo vírus de Marburg é
rara, porém mortal. Ela tem taxa de letalidade de até
88%, mas com os cuidados adequados ao paciente,
pode cair para até 24%. Em comparação, a taxa do
Sars-CoV-2, o vírus da Covid-19, chegou a 14% no
auge da pandemia. A do vírus do Ebola, que já variou
de 25% a 90%, hoje tem média de 50%.
Isso torna o vírus de Marburg um dos mais
letais do mundo. Capaz de atingir humanos e outros
primatas, ele pertence à família Filoviridae, a mesma
do vírus do Ebola – e causa sintomas similares: a
doença começa abruptamente, com febre alta, dor de
cabeça e mal-estar intensos. Dentro de sete dias,
muitos pacientes já desenvolvem sintomas
hemorrágicos graves.
O vírus é altamente infeccioso, e pode ser
transmitido às pessoas por morcegos que se
alimentam de frutas, ou se espalhar entre os humanos
por meio do contato direto com fluidos corporais,
superfícies e materiais infectados.
O intervalo da infecção até o início dos
sintomas, chamado de período de incubação, varia de
2 a 21 dias. Além dos sintomas já citados, dores
musculares também são uma característica comum.
Diarreia intensa, dor abdominal e cólicas, náuseas e
vômitos podem começar no terceiro dia.
Muitos pacientes desenvolvem quadros
hemorrágicos graves entre o quinto e o sétimo dia –
casos fatais costumam apresentar sangramento
generalizado. O sangue fresco no vômito e nas fezes
costuma ser acompanhado de sangramento nasal,
gengival e vaginal.
Em casos fatais, a morte ocorre mais
frequentemente entre 8 e 9 dias após o início dos
sintomas, geralmente precedida por intensa perda de
sangue.
O nome Marburg é em referência à cidade em
que foi identificado um dos primeiros surtos da
doença. Em 1967, grandes surtos simultâneos
atingiram três cidade: Belgrado (Sérvia), Frankfurt
(Alemanha) e, a pouco menos de 100 quilômetros ao
norte dali, a também alemã Marburg.
O problema começou quando trabalhadores
de laboratório foram expostos a macacos infectados
trazidos de Uganda. Os pesquisadores passaram a
doença para médicos e familiares, resultando em 31
pessoas infectadas e sete mortes.
Apesar do início na Europa, a maioria dos
casos ao longo dos anos se restringiu à África. Há
relatos de surtos e casos esporádicos em Angola,
República Democrática do Congo, Quénia, África do
Sul e em Uganda – neste último, em 2008, houve
registro de dois casos independentes de viajantes que
visitaram uma caverna habitada por colônias de
morcegos.
O mais indicado é tomar cuidado com áreas
de morcegos frugívoros. Durante pesquisas ou visitas
turísticas em minas ou cavernas habitadas por
morcegos do tipo, as pessoas devem usar luvas e
outras roupas de proteção adequadas. Detalhe: a
espécie de morcego atribuída à propagação do vírus,
a Rousettus aegyptiacus, só é encontrada na África e
em algumas partes da Ásia.
Outra medida importante é reduzir o risco de
transmissão entre pessoas via fluidos corporais. É
melhor evitar contato físico próximo com pacientes
suspeitos, e luvas e equipamentos de proteção
individual devem ser usados ao cuidar de doentes em
casa. Além de, é claro, sempre lavar as mãos.
É pouco provável que o surto da Guiné
Equatorial se torne uma pandemia tão disseminada
quanto a da Covid-19. Os sintomas do vírus de
Malburg aparecem em poucos dias e, rapidamente,
levam o paciente a um quadro grave (e um possível
óbito). Dessa forma, não dá tempo para que ele se
espalhe e infecte muitas pessoas, como fez o SarsCoV-2 (e como faz o vírus da gripe, que tem uma taxa
de letalidade baixa e se dissemina rapidinho).
Mesmo assim, é bom ficar alerta – afinal,
viajantes podem levar o vírus para outros países – e
acompanhar a resposta à doença, que, até agora, tem
sido positiva.
“Graças à ação rápida e decisiva das
autoridades da Guiné Equatorial na confirmação da
doença, a resposta de emergência pôde atingir todo o
vapor rapidamente para salvarmos vidas e determos o
vírus o mais rápido possível”, afirma o Dr.
Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS na África.
CAPARROZ, Leo. O que é o Vírus de Marburg que teve surto
confirmado pela OMS. Disponível em:<https://super.abril.com.br/saude/o-que-e-o-virus-de-marburg-que-teve-surto-confirmado-pela-oms/> . Último acesso em 18
fev. 2023. (Adaptado)
A palavra ‘surto’ pode ser empregada não somente
como substantivo, referente à doença local que se
dissemina rapidamente, mas também como verbo no
presente do indicativo na primeira pessoa do singular
do verbo ‘surtar’.
A esse fenômeno linguístico dá-se o nome de:
A esse fenômeno linguístico dá-se o nome de: