Altera-se o sentido de: “[...] em que a amizade, o amor, o ...
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No primeiro caso, argumenta ele, a Arte, ao abandonar a beleza, perdeu seu principal objetivo, o de fazer com que atribuamos sentido à vida, nos consolando das tristezas, como para Platão, ou ainda, como defendiam os filósofos iluministas, ajudando a galgar alguns degraus da escadaria que nos conduz para longe das banalidades do cotidiano.
A partir de um momento decisivo da história da Arte, a beleza teve sua importância diminuída. O propósito da Arte deixa de ser atribuir sentido à vida e é substituído pelo desejo de causar impacto a todo custo. O caminho mais curto para isso, de acordo com Scruton, foi romper com a moral tradicional e estabelecer o escárnio moral. A quebra de tabus passou a ser a bandeira da Arte dita moderna: profanar e dessacralizar o sacro, cultuar o feio – levando todos, dos especialistas ao apreciador comum, à total confusão. Isso se deve a uma concepção de Arte equivocada, presente no discurso de parte da crítica: “O repúdio à Beleza ganha forma com base em uma visão particular da Arte moderna e de sua história. De acordo com muitos críticos atuais, um trabalho [de Arte] se justifica a si próprio ao anunciar-se como um visitante do futuro. O valor da Arte está em chocar: a Arte existe para nos despertar de nossa situação histórica e nos lembrar da interminável mudança, que é a única coisa permanente na natureza humana".
Já o culto ao valor prático das coisas levou ao estado atual, que, por sua vez, faz com que o valor das coisas resida na sua utilidade prática – o chamado pragmatismo. Scruton menciona em seu documentário que Oscar Wilde já afirmava que “toda Arte é inútil", mesma posição de Hannah Arendt. A beleza (e a Arte) não têm utilidade, mas é justamente por isso, enfatiza Scruton, que podemos ressaltar sua importância como valor universal; valor que, no entender do filósofo inglês, está enraizado na própria natureza humana. Com isso ele remete sua apologia da beleza a Shaftesbury e a Kant.
A fruição estética é uma atividade desinteressada e, portanto, inútil. Mas isso desmerece em algum sentido a contemplação? Não, no mesmo sentido em que a amizade, o amor, o ato de ouvir uma música ou ainda o sorriso de um bebê, embora não tenham “utilidade prática", não perdem seu valor nem passam a ser coisas que dispensamos sem sofrer algum tipo de consequência. Mesmo sem ter uma utilidade prática definida, você já se imaginou sem amor, sem amizade, sem apreciar boa música, bom cinema? Ou, lembrando [...] a Arquitetura – inútil, na perspectiva pragmatista –, não nos sentimos melhor em um prédio belo? A busca das pessoas, na Grã-Bretanha, de prédios construídos no período vitoriano não corroboraria essa hipótese?
(BARRETO, André Asso. Rev. Filosofia: agosto de 2012, p. 27-29.)
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Para resolver essa questão, é importante compreender o uso das conjunções, que são palavras ou expressões responsáveis por conectar duas orações ou elementos em uma frase, estabelecendo relações de sentido entre eles.
A questão pede para substituirmos a conjunção "embora" em uma frase por outra, sem alterar seu sentido. A conjunção "embora" é uma conjunção concessiva, usada para indicar uma concessão, ou seja, expressa uma ideia de contraste ou ressalva em relação ao que foi dito anteriormente.
A alternativa correta é a E - conquanto. A palavra "conquanto" também é uma conjunção concessiva, que tem o mesmo valor de "embora", mantendo o sentido original da frase. Ambas expressam a ideia de concessão ou contraste.
Vamos analisar as outras alternativas:
- A - dado que: É uma conjunção explicativa ou causal, que indica causa, não concessão. Alteraria o sentido original da frase.
- B - posto que: Embora possa ser usada como concessiva, na maioria dos casos é interpretada como causal. Pode confundir o sentido da frase.
- C - se bem que: Funciona como uma concessiva, mas é menos formal, o que a torna uma escolha menos precisa comparada a "conquanto".
- D - ainda que: Esta opção também é concessiva e poderia substituir "embora" sem alterar o sentido. No entanto, não foi a alternativa marcada como correta pela banca.
Ao compreender o papel de cada conjunção, o aluno pode identificar a alternativa correta com confiança. Lembre-se de que a prática constante dessas substituições é essencial para dominar esse tipo de questão.
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Comentários
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Gabarito: A.
Pensava que "posto que" era conjunção causal, mas é concessiva.
Altera-se o sentido de:
Resolvendo por eliminação:
A dado que. CONDICIONAL
B posto que. CONCESSIVA
C se bem que. CONCESSIVA
D ainda que. CONCESSIVA
E conquanto. CONCESSIVA
Gab: A.
posto que concessiva?!
Não entendi essa resposta
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